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Diversidade cultural de BH em 2019 mostra que o show tem que continuar

Ai Weiwei, Cirque du Soleil, mostra de arte renascentista e show de Gal Costa em Inhotim são algumas das atrações

Seg, 17/12/18 - 02h00

Já há alguns anos, Belo Horizonte entrou na rota das grandes exposições e turnês que aportam nas principais capitais do Brasil. E em 2019 não será diferente, apesar da imprevisibilidade do cenário futuro e dos desafios que poderão surgir, especialmente tendo em vista os impactos de uma possível diluição das ações do Ministério da Cultura.

Em solo mineiro, a expectativa é de continuidade de projetos até então bem-sucedidos, a exemplo da programação de espaços culturais importantes, como o Centro Cultural Banco do Brasil, que receberá a mostra “Ai Weiwei Raiz”, do celebrado artista chinês Ai Weiwei, de 5 de fevereiro a 15 de abril. Atualmente em São Paulo, a mostra já atraiu mais de 70 mil visitantes e foi eleita a melhor exposição internacional pela Associação Paulista de Críticos de Artes (APCA), neste ano.

Depois de Weiwei, entrará em cartaz no CCBB a mostra “Dreamworks: Uma Jornada do Esboço às Telas”, que reúne 400 itens e vai contar um pouco da história, dos personagens e dos processos de criação de um dos maiores estúdios de animação do mundo, sendo responsável pelo lançamento de filmes como “Shrek”, “Como Treinar Seu Dragão”, “Kung Fu Panda”, “Madagascar”, “A Fuga das Galinhas” e “Megamente”.

Ainda no terreno das artes visuais e do design, outros dois destaques serão as mostras a serem realizadas na Casa Fiat de Cultura, ambas inéditas no país. A primeira deverá centrar-se no legado de criadores de desenhos de carros italianos, que marcaram as décadas de 50 e 70, como Giorgio Giugiaro.

A segunda, antecipa João Ciaco, presidente da Casa Fiat, deverá reunir um valioso acervo de arte renascentista. “São obras-primas italianas, entre pinturas e esculturas do século XV, representativas do início da Renascença”, diz Ciaco. Entre os nomes dos mestres cotados para ter suas obras expostas figura o do pintor italiano Botticelli.

Outra novidade é a parceria da Casa com o Grupo Galpão, o que vai resultar no lançamento da primeira história em quadrinhos de um clássico do teatro mundial: “Os Gigantes da Montanha”, escrito pelo dramaturgo italiano Luigi Pirandello (1867-1936).

O Instituto Inhotim, por sua vez, prepara uma mostra de desenhos de Joseca Yanomami, que deverá dialogar com as fotografias de Claudia Andujar, reconhecida não só pelo trabalho artístico, mas também pelo ativismo a favor dos direitos dos indígenas. De acordo com Antonio Grassi, que é diretor executivo do museu e jardim botânico, está confirmada a quinta edição do MECA Festival, no primeiro semestre, e vem sendo ainda articulada uma data para divulgar um show da cantora Gal Costa no espaço. “Nós também vamos dar continuidade ao projeto Inhotim Noite Aberta, com a possibilidade de termos duas edições: uma no fim do primeiro semestre, e outra, no segundo. Nós percebemos que há um grande interesse do público em frequentar o Inhotim à noite, então vamos pensar em uma extensa programação”, completa Grassi.

Para quem acompanha a trajetória do Cirque du Soleil, que retorna à capital mineira no dia 7 de março, a montagem “Ovo” será uma oportunidade de reencontro com a trupe canadense, que permanecerá em cartaz até o dia 17 de março, no Mineirinho. O espetáculo com coreografia da carioca Débora Colker terá sua estreia nacional em Belo Horizonte.

 

Novos concertos no calendário

Com a programação de 2019 já confirmada, a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais (OFMG) vai seguir com a proposta de valorizar o cânone internacional, sem deixar de celebrar também os nomes brasileiros. Dessa forma, está previsto um concerto especial comemorativo dos 80 anos do compositor pernambucano Marlos Nobre. Em parceria com a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp) e com a Fundação Gulbenkian de Lisboa, a OFMG encomendou a Nobre o “Concerto para Violoncelo”, cuja estreia terá a participação do violoncelista Antonio Meneses. Além disso, outros destaques serão as apresentações do eixo Fora de Série, que, desta vez, adianta o regente Fabio Mechetti, vai estabelecer diálogos entre a música e outras linguagens e manifestações. “Nós vamos mostrar a relação da música com a dança, a literatura, as artes visuais, o teatro e a religião. Em alguns momentos, vamos trabalhar com atores, e em outros, como no caso das artes visuais, iremos projetar obras que inspiraram as composições”, detalha. Ele acrescenta que os atores Leo Quintão e Juliana Martins, sob direção de Chico Pelúcio, vão participar do concerto baseado na obra “Sonho de Uma Noite de Verão”, de Shakespeare.

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