Artes plásticas

Geleia Geral: festa terá a participação de Petit Georges 

Sex, 30/05/14 - 03h00
Antes de mudar-se para BH, Petit Georges morava em Diamantina | Foto: LINCON ZARBIETTI / O TEMPO

A festa Geleia Geral Brasileira, que a cada edição celebra uma personalidade cultural da cidade, vai contar com a participação de Petit Georges, que acaba de se mudar para Belo Horizonte. A ideia é dar as boas-vindas ao artista plástico recém-chegado e estimular o intercâmbio entre música e artes plásticas. O evento acontece hoje, na Gruta, a partir das 22h.

Uma das organizadoras da festa, a percussionista e produtora cultural Nara Torres, conta que conheceu o artista através da banda Iconili, da qual também faz parte. “Ele é pai do nosso tecladista-saxofonista, André Orandi. Antes de conhecê-lo pessoalmente já ouvia histórias incríveis sobre sua trajetória e já gostava dos seus colares místicos, que quase todos os membros da banda usam”, lembra.

Nara teve o primeiro contato com Petit em 2013, numa série de shows de lançamento do disco de estreia do Iconili, “Tupi Mundo Novo”, em São Paulo, onde o artista realizou suas retroprojeções psicodélicas. “Fiquei muito impressionada com o trabalho dele, conseguindo um resultado deslumbrante e muito peculiar através de ferramentas analógicas. Ele trabalha fluidos, tintas e texturas com as mãos de um alquimista”, conta.

Durante o episódio, ela e os demais integrantes da banda contaram com a companhia de Petit durante a viagem, “dançando, fazendo performances, alegrando a todos”. “Petit é considerado um guru dentro do Iconili! Um cara que vai sempre além do senso comum”, ressalta. Quando soube que o artista estava de mudança para Belo Horizonte, a ideia de convidá-lo para participar da Geleia Geral Brasileira, “que provoca o encontro entre as artes”, surgiu naturalmente.

“A festa, que também é idealizada pelo Luiz Valente, da Vinyl Land, introduz o conceito de sempre convidar algum artista cujo trabalho admiramos”, explica o músico Victor Magalhães Silva, trompetista do Iconili e co-organizador da Geleia Geral Brasileira. Victor afirma que as projeções analógicas que Petit Georges faz são uma redescoberta da relação entre som, imagem e espaço, “de uma maneira simples e genial”. “Como suas questões técnicas se distanciam dos aparatos de hoje, ele provoca esse olhar de que a técnica é importante, mas não sobrepõe a arte. Existe um equilíbrio”, ressalta.

Victor completa que a arte de Petit possui um viés universal, uma raridade nos tempos atuais. “Ele é performático, vivencia e confronta um diálogo de encontro, que eu acho que falta na maioria dos artistas de hoje. O artista se isolou na própria arte, no próprio mundo, numa ‘vibe selfie’, e isso é péssimo para a arte, para uma geração e para qualquer movimento ou cena”, afirma.

Para André Orandi, o fato de a arte do pai ter sido seu primeiro referencial estético influenciou sua carreira como músico e designer. “Por ele, eu soube que poderia ser livre para me expressar, já que sua obra era abstrata”, conta. “Aos 6 anos de idade, ele me passou noções de perspectiva que consegui aprender e aplicar nos meus desenhos com facilidade. Além disso, ele me apresentou, ainda criança, livros de grandes artistas, como Salvador Dalí”, conclui.

A Geleia Geral Brasileira vai contar com uma performance de Petit Georges, que ainda permanece em suspense. “Só indo para saber!”, instiga Nara Torres.

Agenda

O QUÊ. Geleia Geral Brasileira convida Petit Georges

QUANDO. Hoje, às 22h

ONDE. Gruta (r. Pitangui, 3.613, complemento C, Horto)

QUANTO. R$ 15

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