Efeméride

Guimarães Rosa ganha série de homenagens 50 anos após sua morte

Em São Paulo, neste domingo (19), a partir das 11h, a livraria da Vila da Alameda Lorena recebe artistas, entre eles Lima Duarte, para leituras de “Grande Sertão”

Sáb, 18/11/17 - 02h00
Neste domingo (19), escritor vai ganhar uma estátua em praça com seu nome, no bairro Cidade Nova | Foto: Revista “O cruzeiro”/divulgação

SÃO PAULO. João Guimarães Rosa morreu há 50 anos, em 19 de novembro – apenas três dias depois de assumir sua vaga na Academia Brasileira de Letras –, e eventos, edições, filme e uma estátua em Belo Horizonte são algumas homenagens que o escritor mineiro recebe nesta efeméride. A Nova Fronteira, editora de sua obra há 30 anos, lança um box com a ficção completa, dois volumes em 2.064 páginas, e disponível apenas na Amazon por R$ 189,90, em pré-venda até 17 de dezembro.A GloboNews exibe neste sábado (18), às 20h30, “Sertanias”, documentário da sobrinha do escritor, Juliana Dametto Guimarães Rosa, e Alexandre Roldão. A produção mostra o pedaço do Brasil que o autor recriou em “Grande Sertão: Veredas”.

Neste domingo (19), a praça Guimarães Rosa, no bairro Cidade Nova, em Belo Horizonte, passa por uma reinauguração e ganha uma estátua do autor. Em São Paulo, também no domingo, a partir das 11h, a livraria da Vila da Alameda Lorena recebe artistas, entre eles Lima Duarte, para leituras de “Grande Sertão”. Ainda no domingo, às 16h, a escritora Noemi Jaffe dá uma palestra sobre o autor no CCBB da capital paulista. Na segunda-feira (20), a diretora Bia Lessa ministra um workshop apresentando a criação do espetáculo/instalação “Grande Sertão: Veredas”, que chega ao Rio de Janeiro em 2018. A minissérie “Grande Sertão: Veredas”, de 1985, com Bruna Lombardi, reestreia hoje, no Viva, e fica disponível no Globosat Play.

Rosa morreu em 1967, e ainda estamos aguardando sua biografia “definitiva”. A filha e principal controladora do espólio, Vilma Guimarães Rosa, lançou “Relembramentos: João Guimarães Rosa, Meu Pai nos Anos 1980” com boa recepção crítica, e há um imbróglio judicial em andamento com Alaor Barbosa, autor de “Sinfonia de Minas Gerais: A Vida e a Literatura de João Guimarães Rosa”, livro que foi recolhido em 2008 e liberado em 2014, mas não voltou às livrarias.

A obra literária de Guimarães Rosa, porém, vem sendo bem tratada pela Nova Fronteira e continua ressoando com força no meio literário. “A obra de Guimarães Rosa é única porque é capaz de recriar pelo caminho da literatura uma interpretação original do Brasil”, diz a professora da UFMG Heloisa Starling. “Ele inventa uma linguagem capaz de fazer uma mediação entre a tradição letrada brasileira e a tradição de quem mora nos fundos da nossa República”, explica.

O escritor Milton Hatoum concorda. “‘Grande Sertão’, inovador em todos os sentidos, realiza o projeto ambicioso do romance total, pois é extremamente complexo em sua profunda dimensão histórica, metafísica, sexual, política e mito-poética. É um romance que não para de desafiar a crítica e, como ‘Macunaíma’, aponta para o nosso impasse”, destaca.

Em Paracatu. A partir deste sábado (18) será realizado em Paracatu, cidade localizada na região Noroeste de Minas Gerais, um seminário em homenagem aos 50 anos de morte do escritor Guimarães Rosa (1908-1967), que faleceu no dia 19 de novembro. O evento, promovido pela Academia de Letras de Paracatu e Noroeste de MG em parceria com a Unimontes, vai levar uma diversidade de atividades, entre bate-papos, espetáculos e contação de histórias, para as escolas públicas a fim de promover o estímulo à leitura.

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