Entrevista

Johnny Massaro começa a jornada para se tornar astro

Protagonista de “O Filme da Minha Vida” vai tomar o cinema nacional de assalto

Qua, 02/08/17 - 03h00
Selton Mello teve que negociar coma Globo a liberação de Johnny Massaro | Foto: Lu Prezia/ Vitrine

Depois de iniciar a carreira despretensiosamente na novelinha “Floribella”, da Band, Johnny Massaro está prestes a dominar o mundo. Aos 25 anos, o ator carioca vive o protagonista de “O Filme da Minha Vida”, um dos principais lançamentos nacionais do ano, e está na minissérie global “Os Filhos da Pátria”, que também estreia amanhã, na GloboPlay, e na TV em setembro. Em entrevista ao Magazine, ele fala de seus projetos futuros, de como quase perdeu o papel de Tony Terranova e de seu livro de poesias.

O Selton Mello diz que sempre teve certeza de que você era o Tony do filme dele. Como foi receber esse convite?

Isso me deixa bastante comovido. Acho muito generoso ele falar isso, sendo quem é, e eu ainda no começo da carreira. Me lembro de ter ouvido que ele ia fazer o filme, e meus empresários dizendo que ele tinha pensado em mim. Mas era algo muito distante, sem certeza do que seria. E, quando começou a definir, eu estava com outra possibilidade de trabalho, na série “Amorteamo”, da Globo, que também queria fazer. E ela e o filme iam coincidir, em termos de data. Ainda assim, combinei com os produtores e mandei vídeos de teste para os dois.

O que aconteceu?

Eu logo recebi a resposta da série. Eles me queriam. Daí, gravei um vídeo de dez minutos para o Selton, falando que queria muito fazer o filme, mas não ia poder por causa das datas. Passou um mês e, na época do meu aniversário, ele entrou em contato comigo. Nesse tempo, ele tinha ficado conversando com a Flavinha (Lacerda, diretora de “Amorteamo”), que foi assistente de direção no “Auto da Compadecida”, e negociou as datas e minha liberação. Acabei a série e, literalmente no dia seguinte, fui para o Sul começar o filme.

Então, você teve pouquíssimo tempo de preparação?

O Selton entendia que eu não ia ter muito tempo para dedicar ao projeto antes. E acho que cada trabalho pede um tipo de abordagem. É natural, e gosto que seja assim. Eu sempre tive muito claro que “O Filme da Minha Vida” se tratava da “Jornada do Herói”, do Joseph Campbell, que era algo com que eu tinha muita familiaridade, porque usei na minha monografia da faculdade. Conhecia bem os termos arquetípicos, os ritos de passagem. O Selton também trouxe muitas referências, e eu fiquei muito aberto ao que ele propunha, mais do que fico normalmente. O que está ali na tela foi um diálogo muito forte com ele, com o Waltinho (Carvalho) e com os outros atores.

Tony é um protagonista silencioso, pouco verbal. Isso foi mais fácil ou mais difícil para você?

A não verbalidade foi mais fácil. Lembro de falar com o Selton sobre isso, como era difícil às vezes colocar palavras nas emoções dele. A gente vai desenvolvendo outros músculos. E a não verbalidade está no filme de maneira geral. Tem a ver não só com a própria personalidade do Selton, mas com o trabalho dele no cinema. Ele não precisa da palavra, tem outros artifícios. Eu, particularmente, acho isso mais fácil.

O que te surpreendeu no Selton como diretor?

Não sei. Acho que ele é um dos melhores diretores do Brasil hoje. Tem uma qualidade estética e sentimental profunda, inquestionável. E o que me encanta é essa grande habilidade que ele tem de atuar, escrever e dirigir. Ontem, descobri que ele ainda ajuda a cuidar da conta do filme no Instagram. Tudo com muito carinho e muita vontade.

Mas você também escreve. Está prestes a lançar um livro de poesias, certo?

Sim, “Lábios Bambos”. É um projeto de uns três, quatro anos, que mudou bastante nesse período. São escritos meus, quase cem, com ilustrações de uma amiga minha de Recife, da minha idade, que também é filósofa. E tem três meninas cuidando da encadernação, vai ser uma tiragem toda artesanal. Estamos no momento de entender o formato, no processo de fazer existir, que é muito difícil.

Você ainda tem um monte de outros projetos engatilhados.

Sim. Tem “Os Filhos da Pátria”, série que vai estrear no mesmo dia do “Filme”, na Globo. Eu vivo o Geraldinho, que é um louco. A série começa com a Independência do Brasil, mas mostra seu entorno, não o acontecimento em si. A Fernanda Torres vive minha mãe. Tem também “10 Vezes Quim”, um filme dirigido pelo Esmir Filho e a Vera Egito, sobre um cara que usa o Grindr para se encontrar com outros homens. Ele é filmado sem roteiro, a partir do meu encontro com outros atores. Só filmamos um até agora, com o Paulinho Vilhena, não sei quando vai ser o próximo. Tem “Todas as Razões para Esquecer”, um filme do Pedro Coutinho, com a Regina Braga e a Bia Comparato, que estreia neste ano ainda. E “Partiu Paraguai”, do Daniel Lieff, roteiro do Matheus Souza, que também tem a Bruninha (Linzmeyer), do “Filme”, no elenco, e estreia no ano que vem.

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