Streaming

Netflix: ‘90% do conteúdo será online’

Cofundador da empresa, Reed Hastings revelou sua visão para o futuro do consumo de filmes e séries pela internet

Ter, 28/02/17 - 03h00
Reed Hastings. Executivo disse que empresa pesquisa formas de gastar menos banda da internet com vídeos | Foto: Lluis Gene / AFP

SÃO PAULO. O presidente executivo e cofundador do serviço de streaming Netflix, Reed Hastings, afirmou nesse domingo (26) que 90% do conteúdo assistido pelas pessoas daqui a dez a 20 anos, será transmitido via internet. “A internet é importante para a disseminação de conteúdo em vídeo”, disse o executivo da Netflix. A afirmação, que mostra o papel central que os serviços de streaming devem ter no futuro, aconteceu durante uma entrevista do executivo no palco principal do Mobile World Congress (MWC), maior congresso de celulares do mundo, que começou nesse domingo (26), em Barcelona, na Espanha.

Para atender à demanda crescente por conteúdo em vídeo, Hastings disse que a Netflix trabalha com todas opções de vídeo. Após lançar a opção que permite baixar vídeos para assistir offline, a empresa também disse considerar a opção de produzir vídeos em modo retrato – no qual a tela fica na vertical, como no aplicativo de vídeos efêmeros Snapchat. “Precisamos nos adaptar para todos os tipos de telas”, disse.

Ainda sobre o futuro, Hastings disse estar animado com o avanço da inteligência artificial. Ele fez uma provocação sobre a existência de robôs em uma sociedade futura. Para ele, não é impossível que as pessoas vivam em sociedade com as máquinas. “Daqui algum tempo, teremos que produzir conteúdo de entretenimento não só para humanos, mas para inteligências artificiais”, brincou o executivo.

Oscar. A fala de Hastings se reflete no anúncio feito nesse domingo (26)  pela empresa de que quatro filmes indicados ao Oscar, inclusive o grande vencedor da noite, “Moonlight” estarão disponíveis no site da empresa ainda no primeiro semestre deste ano. Os outros títulos são “Até o Último Homem”, “Lion: Uma Jornada para Casa” e “Jackie”. Em comunicado, a empresa fez questão de frisar que oferecerá o conteúdo antes de ele chegar na TV a cabo.

Crescimento. De acordo com os últimos dados divulgados pela Netflix, o serviço ultrapassou a marca de 90 milhões de usuários. Para Hastings, o conteúdo local oferecido pela Netflix é uma das principais e mais seguras apostas da empresa. Segundo ele, a série brasileira “3%”, por exemplo, se tornou muito popular em países como Alemanha e Estados Unidos. “Nós criamos produções locais com história locais para um público global”, disse o executivo. “Queremos contar histórias de todo o lugar do mundo”, disse.

Polêmicas. O cofundador da Netflix não fugiu das polêmicas durante sua apresentação durante o Mobile World Congress. Sobre a acusação de operadoras de telefonia de que o streaming consome grande quantia de dados, Hastings disse que a Netflix vem desenvolvendo, ao longo dos últimos anos, tecnologias para compactar cada vez mais os vídeos, o que permite que eles sobrecarreguem menos a infraestrutura de rede das operadoras.

“Nós estamos tentando ser mais eficientes ao oferecer conteúdo para os usuários”, disse. Hastings também negou que a Netflix tenha feito as pessoas trocarem seus pacotes de TV por assinatura pelo serviço de streaming, que é significativamente mais barato. “Nos Estados Unidos, o número de assinantes de TV a cabo se manteve”, afirmou. “A Netflix é mais uma fonte de entretenimento para as pessoas, assim como canais de TV por assinatura continuam sendo”, defendeu.

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