Se há um conselho que a Orquestra Juvenil da Bahia não segue é o do dramaturgo Nelson Rodrigues (1912- 1980): “jovens, envelheçam!”. Ao contrário do que pregava o autor de “O Beijo no Asfalto” e outros clássicos do teatro nacional, a companhia fundada pelo maestro e pianista Ricardo Castro, 52, crê, justamente, na juventude. Nesta terça-feira (25), a primeira formação dos Núcleos Estaduais de Orquestras Juvenis e Infantis da Bahia (Neojiba) comemora seus dez anos de existência com apresentação na Sala Minas Gerais, às 20h.
“O marco inicial para a criação da nossa orquestra foi o ‘El Sistema’ (modelo didático musical idealizado na Venezuela), que nos inspirou a fazer algo parecido aqui, em um programa que atinge mais de 4.000 jovens em toda a Bahia e tem nessas pessoas multiplicadores da iniciativa”, define Castro.
Logo, não é acaso a presença de Eduardo Salazar como o outro regente do concerto. Revelado pelo programa venezuelano e com experiência à frente da Orquestra Simón Bolívar, ele mantém constante diálogo com a Orquestra Juvenil da Bahia desde 2011. “Nesses dez anos, obtivemos resultados suficientes para dar ao trabalho sustentabilidade, com reconhecimento no Brasil e no exterior e apresentações em vários países europeus, como Inglaterra e Portugal”, sublinha Castro. O currículo ainda contabiliza turnês nos EUA e performances com Cesar Camargo Mariano.
Repertório. Para o programa a ser levado ao público da capital mineira nesta terça-feira, o maestro Ricardo Castro selecionou três compositores que, de acordo com ele, ampliam as possibilidades da orquestra. “‘Prelúdio à Tarde de um Fano’, de Debussy, será tocada sem maestro nem partitura, apenas de memória; o ‘Concerto para Piano Nº 2’, de Beethoven, é prova de todas as capacidades adquiridas pelos nossos jovens; e a ‘Sinfonia Nº 5’, do Shostakovich, simboliza o nosso lema: ‘lutar e resistir’”, explica.
Além disso, as múltiplas nacionalidades tiveram papel decisivo nas escolhas. “Os estilos francês, alemão e russo são muito diferentes e, para cada um deles, trazemos uma abordagem nova”, garante. Castro sublinha outro fator caro nesse panorama. “Para nós, o essencial é a juventude ser protagonista, com importância solista para todos”, reitera.
Agenda
O quê. Orquestra Juvenil da Bahia
quando. Terça (25), às 20h
onde. Sala Minas Gerais (rua Tenente Brito Melo, 1.090, Barro Preto)
quanto. R$ 20 (inteira)
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