Exposição

Peças inspiradas no bairro Pirajá

Morcatti apresenta obras de cerâmica feitas com base na memória afetiva a partir deste sábado (24) no CCBB

Sáb, 24/06/17 - 03h00
Morcatti foi um dos aprovados no edital Mostras BDMG Cultural | Foto: Elcio Paraíso/divulgação

Quando o artista plástico Renato Morcatti saiu do Pirajá, aos 10 anos, ele levou consigo lembranças fortes o suficiente que o marcaram e serviram de inspiração para a exposição que carrega o nome do bairro e que ele apresenta a partir de hoje no Centro Cultural Banco do Brasil. “Percebi que tudo o que eu estava fazendo estava relacionado com heranças de lá”, conta Morcatti.

O desejo de lançar luz sobre a região, pouco conhecida dos mineiros, na opinião de Morcatti, também fez com que ele batizasse a exposição de peças de cerâmica com o nome do bairro da região Nordeste da capital. “É uma região esquecida. Quando as pessoas falam do Pirajá, dizem sempre que é um local perto do bairro São Paulo. Não existe placa nem linha de ônibus. É legal trazer a comunidade para um espaço de exposição”, diz Morcatti, que voltou a morar no bairro e mantém lá sua casa-ateliê.

Depois de ter passado por Brasília, “Pirajá” chega a Belo Horizonte reconfigurada para se adequar à arquitetura do prédio tombado. Dividida nas séries “Entre”, “Nós” e “Segredos”, a exposição traz uma variedade de objetos cerâmicos de pequenos formatos, realizados nas técnicas de entalhe, modelagem e fundição.

“A série ‘Entre’ é feita usando o entalhe, com blocos de cerâmica semicrua. Eu trabalho na retirada de barro até surgir a peça. Já na modelagem de ‘Nós’, eu pego a argila e vou montando com a mão. As pessoas conseguem perceber minhas digitais. Em ‘Segredos’ tem a técnica da fundição”, detalha Morcatti.

Além das três séries, “Pirajá” também conta com a escultura “O Guardião”. “É somente uma peça que vem da modelagem. A peça é editada em cada lugar que passa”, explica.

Relação com a cerâmica. Formado em artes plásticas pela Escola Guignard, da Uemg, Morcatti sempre flertou com o desenho em seu trabalho artístico.

A relação com a cerâmica chegou há três anos, quando passou a frequentar o ateliê da ceramista Erli Fantini. Desde então, Morcatti passou a relacionar suas esculturas com o desenho. “Mesmo o desenho sendo dimensional, ele é parcial para mim”, conta.


Agenda

O quê. Abertura da exposição “Pirajá”

Quando. De hoje (24) a 14 de agosto. De quarta a segunda, das 9h às 21h

Onde. CCBB BH (praça da Liberdade, 450, Funcionários, 3431-9400)

Quanto. Gratuito

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