MPB

Serginho Trombone festeja suas ‘bodas de diamante’

Músico lança seu segundo disco solo, “Tromboneando”, que tem produção assinada por Frejat

Ter, 08/01/19 - 02h00
Frejat ‘cobrou’ um segundo disco solo de Serginho Trombone, lançado no fim de 2018 | Foto: Uanderson Fernandes/divulgação

Ao ingressar em uma bandinha em Campo Grande, bairro do Rio de Janeiro, no fim da década de 50, Sérgio Fernando de Souza, então com 10 anos, escolheu o trombone como seu instrumento. Era o início de um “casamento” que, em 2019, comemora bodas de diamante (60 anos). “O trombone é minha vida. Durmo com o trombone, acordo com ele, almoço com ele...”, afirma o músico, de 69 anos.

A forte relação com o instrumento tornou-se tão estreita a ponto de os nomes se confundirem e o músico passar a ser conhecido como Serginho Trombone, alcunha artística dada por Tim Maia (1942-1998), parceiro dele dos anos 60 a 90 e homenageado da vez no disco “Tromboneando”, lançado no final de 2018 e com produção de Roberto Frejat (ex-Barão Vermelho).

Das nove faixas presentes no repertório do segundo álbum solo de Serginho estão duas releituras gravadas por Tim: “Primavera” (Cassiano e Silvio Rochael) e “O Caminho do Bem” (Serginho Trombone, Paulinho Guitarra e Beto Cajueiro).

“A releitura em que mais trabalhei foi a de ‘Primavera’, porque é uma música que foi muito gravada e regravada; todo mundo já ouviu ela. Então, precisei fazer algo para que o trombone cantasse. Ela começa num tom, passa para outro depois, e no final tem um solo de trombone junto com violinos. A outra releitura foi mais fácil de tocar”, relata Serginho.

Frejat. As demais sete músicas são inéditas e foram compostas pelo próprio Serginho, que teve Frejat como seu tutor no estúdio. “O processo todo foi bem demorado. Depois da composição pronta, vem a fase do arranjo. E na hora de fazer o arranjo, você sempre muda alguma coisinha. Aí o tempo foi passando, e o Frejat já tinha me dado um toque para a gente gravar esse trabalho (anos atrás), mas eu fugia, pois estava sempre fazendo arranjo ou gravando com outros artistas. Um dia, liguei para o Frejat perguntando se rolava de fazer o disco, e ele disse que sim”, conta.

O álbum – que transita entre MPB, samba, funk e outros estilos – saiu do forno 26 anos após a primeira bolacha solo do trombonista, “Avec Elegância” (1992). “O Frejat me perturbava muito para eu gravar (risos), pois ele achava que eu deveria deixar um legado. E tudo funcionou bem”, destaca o instrumentista.

E a parceria com Frejat ainda pode render frutos em 2019, confessa Serginho. “Tenho o compromisso com a Erika Breno, minha produtora, para cair na estrada, botar o bloco na rua. E tenho coisas para fazer com o Frejat também. Não tenho compromisso com artista nenhum neste ano, apenas com o Frejat. É gratidão mesmo, ele teve uma paciência e um amor com esse disco que você não tem noção”, salienta.

Currículo. Serginho Trombone trabalhou com uma constelação de artistas em sua carreira, como Tim Maia, Jorge Ben Jor, Gilberto Gil, Rita Lee, Barão Vermelho, Sidney Magal, Luiz Melodia, Alcione, Ed Motta, Antônio Adolfo, Lenine, Sandra de Sá e Matt Bianco, entre outros.

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