“Stranger Things”

Série da Netflix se consagra como uma das mais populares no país

A segunda temporada da obra criada pelos irmãos gêmeos Matt e Ross Duffer é ambientada em 1984, um ano após os eventos da primeira

Dom, 22/10/17 - 02h00
Gaten Matarazzo, Noah Schnapp, Caleb McLaughlin e Finn Wolfhard em cena da série | Foto: Netflix/divulgação

SÃO PAULO. Você é de São Paulo? É onde somos mais populares. Por que vocês nos amam tanto? Intérprete do adolescente Mike Wheeler em “Stranger Things”, o ator Finn Wolf hard, 14, está intrigado com o sucesso do seriado no Brasil. Vestindo uma camiseta da seleção mexicana de futebol, ele falou com a reportagem sobre a segunda temporada da produção, que estreia na próxima sexta, dia 27, na Netflix.

“Serão mais sombrios, mas sem ficar ‘over’”, adianta Wolfhard sobre os próximos nove episódios. “Vão ser como a transição entre ‘Batman Begins’ e ‘Batman: O Cavaleiro das Trevas’: o mesmo tom, mas algo além”, completa, ao lado, Gaten Matarazzo, 15, que vive Dustin (aquele dos dentes de bebê).

A segunda temporada da obra criada pelos irmãos gêmeos Matt e Ross Duffer é ambientada em 1984, um ano após os eventos da primeira. Will Byers (Noah Schnapp), que havia sido tragado pelo Mundo Invertido, retorna para a família. Mas os acontecimentos sobrenaturais de que ele foi vítima não darão trégua e voltarão a perturbar a não tão pacata assim Hawkings, Indiana.

As referências aos anos 80, de novo, permeiam os episódios: em cenas do trailer, os protagonistas aparecem com os macacões de “Os Caça-Fantasmas” (1984). E Sean Astin, ator principal do filme “Os Goonies” (1985), fará uma aparição especial.

Inusitado. O apelo nostálgico, que esbarra em homenagens a Spielberg e Stephen King, é um dos ingredientes que transformaram “Stranger Things” em inusitado fenômeno pop. “Imaginávamos que fosse uma coisa que iria atrair só quem tinha alguma ligação com os anos 1980”, diz Caleb McLaughlin, que vive Lucas.

Quando saiu o primeiro trailer da série, em 2016, os comentários eram negativos. “Reclamaram até de que era com atores-mirins”, lembra o garoto de 16 anos. “Após a estreia, os perfis dos meninos nas redes sociais foram saturados de mensagens apaixonadas vindas de brasileiros. São os fãs que me cumprimentam com beijos na bochecha”, diz Matarazzo.

A Netflix não divulga seus dados de audiência. Mas certas cifras podem dar algumas pistas do sucesso: a página em português da série em uma rede social tem 4,7 milhões de fãs. Estejam ou não os números inflados por robôs, é certo que “Stranger Things” já tem até a sua quarta temporada confirmada.

Números. Em 2017 registraram-se 5 milhões de supermaratonas. “Gilmore Girls: um Ano para Recordar” é a série mais devorada, segundo divulga a Netflix. No Brasil, a série mais consumida desta forma é a “The Seven Deadly Sins”.

Oitava entre maratonistas

Quem assistiu a todos os episódios de uma série da Netflix nas 24h seguintes ao momento em que ela foi lançada virou estatística. A plataforma de vídeo sob demanda divulgou nesta semana que 8% de seus assinantes em 190 países se tornaram supermaratonistas ou já praticaram o “binge racing”, a corrida compulsiva. No Brasil, a série mais consumida desta forma é a “The Seven Deadly Sins”. “Stranger Things” aparece apenas em oitavo lugar (e nos EUA, em décimo).


Em busca por um público mais jovem em seu segundo ano

“Stranger Things” atingiu o público oitentista e chega ao seu segundo ano nesta sexta (27) em busca da geração seguinte. O público mais novo, prioridade do marketing, é cortejado em sequências de refilmagens. Pelo trailer, não há pudor em mostrar o novo monstro que desafiará o quinteto mirim. Esconder perdeu a graça hoje.

Will, resgatado na temporada anterior, tem visões de uma aranha gigante no Mundo Invertido. Ele sofre, e sua mãe, vivida por Winona Ryder, também. Eleven mostra seus cachos curtos escuros, ante a careca ou a peruca loira. Também parece assustada, afastada dos garotos que se espelham nos caça-fantasmas agora. Não há sinais de outros como ela, por ora.

Sai o vestido rosa e entra um figurino sem gênero, atual. Há uma nova personagem feminina relevante, uma garota ruiva que chega para oferecer toda a ajuda que precisam. Há armas e tiros e gritos. Gente que aparentemente ninguém leva a sério, mas deve dar a volta por cima dos poderosos e dos céticos. Agentes do governo e suas roupas e lanternas típicos de teoria conspiratória disputam novamente o papel de vilão. A comunicação móvel ganha força.

O triângulo amoroso teen sinaliza nova reviravolta, Nancy diz a Jonathan que eles se aproximam quando o fim e o mundo fazem o mesmo. Steve, o oficial, parece irritado. Luzes piscam, mas não aquelas.

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