Cinema

Trinta anos mais quente ritmo

“Dirty Dancing”, que estreou no Brasil há três décadas, reúne elementos da cultura pop e é lembrado com saudosismo

Seg, 25/09/17 - 03h00
Jennifer Grey e Patrick Swayze foram os protagonistas da marcante produção cinematográfica | Foto: Vestron Pictures/divulgação

Há exatos 30 anos, estreava nas salas de cinema brasileiras um filme que marcou toda uma geração de adolescentes ansiosos por romance e independência dos pais. “Dirty Dancing: Ritmo Quente” (Emile Ardolino) chegou às telonas nacionais no dia 25 de setembro de 1987, após pouco mais de um mês do lançamento nos Estados Unidos, e reunia elementos da cultura pop que o colocaram em um patamar de filme cultuado pelo público.

“Várias coisas colocam o filme nessa posição. Dentre elas, as músicas que tocavam no rádio até ficarem impregnadas na nossa cabeça e as cenas icônicas do casal. Além disso, o filme se passa na década de 1960 e mostra o amadurecimento de uma menina e de seus desejos sexuais”, analisa o crítico de cinema do jornal “O Globo”, Mário Abbade.

Para quem não se lembra, o filme, protagonizado por Jennifer Grey (1960) e Patrick Swayze (1975-2009), narra o romance entre Johnny e Baby. Na trama, a jovem, de 17 anos, passa as férias de verão em um resort, onde conhece um dos empregados do local, Johnny, um exímio dançarino, mas malvisto pelo pai da garota, o Dr. Jake Houseman (Jerry Orbach). Mesmo com a desaprovação paterna, eles ficam juntos e descobrem o amor por meio da dança.

“O roteiro é sobre a transformação de alguém que liberta-se das amarras do seu contexto histórico para se entregar ao que o coração pede”, pontua o crítico de cinema Leonardo Campos, membro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual.

A fórmula do longa pode até ser batida, mas ele inovou ao trazer um galã fortão (Johnny) no papel de dançarino. “O filme mostrou que nem sempre esse tipo de personagem precisa estar em roteiros de ação”, analisa o professor de dança Rodrigo Delano.

Trilha sonora. Um dos elementos mais marcantes do longa-metragem é a trilha sonora. Não é à toa que “(I’ve Had) The Time of My Life”, música tema do casal, composta por Franke Previte, John DeNicola e Donald Markowitz, deu ao longa duas premiações em 1987: o Oscar e o Globo de Ouro, ambos na categoria de melhor canção original.

A música também foi indicada ao Grammy de 1988, na categoria de melhor canção escrita especialmente para cinema ou televisão. “A trilha sonora é uma referência pelos prêmios e por sua versatilidade. Observe que a música-tema foi utilizada exaustivamente no cotidiano dos espectadores fãs do filme”, pontua Campos.

Apesar de todo frisson envolvendo a produção, o que veio depois não causou o mesmo impacto. Em 2004, chegou aos cinemas o “Dirty Dancing 2: Noites de Havana” (Guy Ferland), e, em 2017, houve estreia do remake do filme, dirigido por Wayne Blair.

“‘Dirty Dancing 2: Noites de Havana’ é um filme oportunista, pois pega carona na produção anterior”, avalia Campos. “O remake segue a fórmula de tentar atualizar um tema sem pensar no todo”, comenta Abadde.

Fãs. A analista de sistema Paula Pazzanese, 42, é uma das muitas fãs da produção. Ela assistiu ao longa-metragem no ano da estreia e, desde então, não parou mais de revê-lo. “Todo ano, eu o revejo por várias vezes. Sei de cor todas as falas dos atores e canto todas as músicas”, revela.

De tanto Paula assistir ao filme na companhia da filha, de 11 anos, a pequena acabou ficando fã do longa também. “Ela já apresentou a música do filme na escola”, orgulha-se Paula. “Eu também sempre comparei meu marido com o Patrick Swayze”, revela.

Bailarina do “Programa do Faustão”, Francielle Pimenta, 24, nem era nascida quando o longa foi lançado, mas afirma tê-lo visto inúmeras vezes na TV. “Sempre brinquei de fazer os passos da dança final. Esse filme explorou a sensualidade da dança que, antigamente, não era tão explícita na TV”, analisa.

No altar. Por ano, cerca de 60 casais de noivos procuram a professora da escola Amigos da Dança, Fernanda Darco, para aprender a coreografia do filme. “É um ritmo difícil de se pegar, mas, quando se aprende, torna-se fácil”, explica. 

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