Âncora do ‘Jornal da Record’

Mineira Adriana Araújo fala sobre conquistas, rotinas e pretensões

Nascida em Itabirito, jornalista retornou ao posto quatro anos após ser substituída por Ana Paula Padrão; ela começou carreira no jornal “Diário do Comércio, de Belo Horizonte

Por CAIO LÍRIO
Publicado em 30 de outubro de 2014 | 15:59
 
 
Mineira Adriana Araújo é âncora no Jornal da Record Edu Moraes

Adriana Araújo é mais do que um rosto bonito nas noites da TV Record. A jornalista mineira, natural de Itabirito, na região Central do Estado, concluiu a faculdade de jornalismo  em 1993 e começou sua carreira como repórter de economia do jornal “Diário do Comércio”, de Belo Horizonte. Ela já cobriu grandes e importantes acontecimentos e não esconde a felicidade e a paixão que tem pela profissão, que, segundo a própria, é resultado de muito trabalho e dedicação. Ela já foi repórter, editora e, agora, ao lado do colega Celso Freitas, retornou ao posto de ânco​​​​​​ra do “Jornal da Record”, quatro anos após ser substituída por Ana Paula Padrão – que rescindiu contrato com a emissora. Em uma entrevista exclusiva à SuperTV, Adriana falou das conquistas, do início da carreira, da rotina puxada que é comandar um telejornal nacional diário e se tem pretensões de fazer algo diferente na televisão.

Quando surgiu a vontade de fazer jornalismo e por que quis seguir nessa área? Eu me decidi bem cedo. Desde criança sempre gostei de assistir aos noticiários. Tenho lembranças de passar horas na frente da TV acompanhando a cobertura das Diretas Já, da morte de Tancredo Neves, e eu tinha apenas 12 anos.  Aos 14 anos, já dizia que seria jornalista. Brincar de “entrar ao vivo” era comum pra mim. Na frente do espelho, no quarto, no banheiro, na cozinha. Escrevia textos, treinava e não parava de falar. Acho que essas foram as primeiras redações em que trabalhei.


Me fala um pouco de sua trajetória profissional, como chegou ao patamar em que está hoje? Trabalhando muito. Fui editora de texto na “Globo Minas”, função que desempenhei por pouco mais de um ano. Mas meu objetivo era claro: ser repórter. A experiência como editora me ajudou muito a assumir o cargo de repórter do “Jornal Nacional” por seis anos em Belo Horizonte. E depois fui para Brasília, ainda pela Globo, para fazer a cobertura política. Foram quatro anos em Brasília até ser convidada para assumir a bancada do “Jornal Nacional”, em 2006. E, na Record, teve início uma nova fase da minha carreira, cheia de desafios, aprendizado e que não se restringiu à bancada. Tive a oportunidade de fazer grandes coberturas.

Qual o fato mais importante que você já cobriu como jornalista?Foram muitas coberturas marcantes, mas o resgate dos 33 mineiros chilenos soterrados no deserto do Atacama em 2010 foi certamente o momento que mais me marcou. Passei duas temporadas no deserto, quando os mineiros estavam soterrados e depois voltei para cobrir a operação de resgate. A imprensa do mundo inteiro estava lá, e nós temos o orgulho de dizer que fizemos a melhor cobertura do Brasil. Quando o primeiro mineiro foi resgatado, entrei ao vivo narrando tudo muito emocionada.

Como se deu a passagem de repórter para âncora de um grande telejornal. Qual a maior mudança? Foi em 2006. Costumo dizer que antes de ser uma âncora na bancada, fui uma âncora no salão verde do Congresso Nacional. Depois de inúmeras entradas ao vivo, na cobertura do mensalão, fui convidada pela Record para assumir o “JR”, na primeira temporada. O que geralmente assusta muita gente que é o fato de estar sempre ao vivo como âncora, não me assusta em nada. Ao contrário, adoro. O desafio é diferente. O repórter se concentra mais na pauta do dia que ele tem que cobrir. Já como âncora tenho que estar ligada em todos os assuntos, bem informada sobre tudo.

Qual o limite entre o jornalismo e a fama? Sente que o fato de ser vista por milhões de brasileiros todos os dias pode mudar você de papel? Você é reconhecida, elogiada e isso é ótimo. Quem não gosta? Mas é preciso ter os pés no chão. Jornalista não é artista, e se você trabalhar com essa consciência, sem deslumbramento segue tudo muito bem.

Pensa em seguir para outras áreas, como ter um programa de entretenimento, assim como fez Fátima Bernardes e Ana Paula Padrão? Não descarto a possibilidade, embora não haja nada nesse sentido no momento. Mas quem sabe no futuro? Se algum dia seguir para o entretenimento poderei sorrir um pouco mais, algo que as notícias nem sempre permitem. Mas o casamento com a notícia não vai deixar de existir nunca. Essa paixão, te garanto, é pra sempre.