Briga na Justiça

Pai de Santo consegue 1ª vitória contra Netflix e Porta dos Fundos

Processo é movido por causa do especial ‘A Primeira Tentação de Cristo’, que estreou em 2019; produção gerou polêmica

Ter, 29/09/20 - 15h37
Especial do Porta dos Fundos é contestado na Justiça | Foto: Netflix / Divulgação

O  Pai de Santo Babalorixá, Alexandre Montecrrath, conseguiu nesta semana a primeira vitória no processo que move contra a produtora Porta dos Fundos e a Netflix, por causa do especial de Natal  “A Primeira Tentação de Cristo”, que estreou na plataforma de streaming no fim do ano passado. A Justiça determinou a isenção de custas processuais para o centro de umbanda Ilê Asé Ofá de Prata em favor de seu representante - no caso, Alexandre Montecrrath. O processo é de R$ 1 bilhão por causa da produção que, de acordo com a ação, é “infame e satiriza símbolos sagrados do cristianismo”. Ele também exige que o programa seja retirado do ar.

O advogado Anselmo Ferreira Melo Costa, representante do Pai de Santo, disse que a decisão, proferida pela juíza Rosana Simen Rangel, da 26ª Vara Cível do Rio de Janeiro, “garante o livre acesso à Justiça num estado democrático de direito”. "Acredito na verdade da justiça. Estamos providenciando a réplica da contestação deles", afirmou o advogado, em entrevista so site Na Telinha.

O processo foi aberto logo após a exibição do especial de Natal “A Primeira Tentação de Cristão” na Netflix, que retrata Jesus Cristo (vivido por Gregório Duvivier) como homossexual e usuário de maconha. O Pai de Santo alega que a produção trouxe aos espectadores religiosos “um enredo totalmente desrespeitoso, haja vista que, adultera totalmente a história de Jesus perante a todas religiões que o cultuam, eis que traz uma roupagem sexual, palavras de baixo calão, apologia às drogas e, dentre outras coisas que ironizam e debocham com a fé alheia”. 

O Pai de Santo afirmou que o programa é uma “afronta aos valores religiosos” e que se sentiu ofendido com a produção do Porta dos Fundos. O valor de R$ 1 bilhão como indenização foi baseado no número de entidades religiosas espalhadas pelo Brasil. De acordo com o Pai de Santo, caso vença o processo, a quantia será repassada para as entidades comprovadamente carentes. 

 

 

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