Política

Prefeitura vai lançar Circuito Municipal de Cultura

O objetivo é ampliar programação e melhorar índices sociais

Sáb, 20/07/19 - 03h00
A comunidade do Alto Vera Cruz, na região Leste da capital, vai receber um projeto-piloto | Foto: MARIELA GUIMARÃES - 20.09.2018

Duelo de MCs, blocos de Carnaval, Segunda Preta, slams poéticos: é bom prestar atenção na força que os movimentos culturais da capital vêm ganhando de forma orgânica nos últimos anos, especialmente aqueles cuja pulsão nasce na periferia. Os técnicos da Prefeitura de BH estão com olhos abertos para esse fenômeno, e agora a administração municipal programa lançar um edital específico para essas manifestações.

Com valor de R$ 2,5 milhões, a ação já tem até nome: Circuito Municipal de Cultura, cujo objetivo será ampliar e organizar a programação cultural da cidade, que alguns moradores já sabem que é intensa, mas outros ainda não conhecem suas potencialidades. Por isso, um dos eixos da ação é promover visibilidade ao cardápio de ações culturais e fazer com que mais pessoas sejam alcançadas. O valor investido é o mesmo do orçamento destinado à Virada Cultural deste ano, por exemplo.

A programação vai contar com atividades nas diversas áreas da cultura, como teatro, música, circo, dança, audiovisual, culturas tradicionais e populares, artes visuais e literatura, além de workshops, palestras e debates.

A Fundação Municipal de Cultura e a Secretaria Municipal de Cultura apostam altas fichas na iniciativa, por entenderem que a oferta cultural belo-horizontina está na dianteira, mas a cidade se apequena no cenário nacional. Esse raciocínio é sempre comentado pelo secretário Juca Ferreira, e o programa foi construído partindo dessa tese como premissa. “Queremos colocar BH no lugar que realmente está em nível de produção, mas não alcança em termos de visibilidade. Somos uma vanguarda cultural, mas ainda não temos a visibilidade que queremos”, argumenta a diretora de promoção das artes, Aline Vila Real.

As ações culturais começam em dezembro deste ano e seguem durante 12 meses. A execução será realizada em parceria com alguma entidade cultural (organização da sociedade civil), e, para a escolha desta, um edital de chamamento recebe propostas entre 5 e 20 de agosto (o documento já está disponível para consulta no site www.pbh.gov.br).

Uma inovação que reflete o debate contemporâneo de como diminuir a violência em regiões periféricas consiste na atuação dedicada da prefeitura numa parte específica da região Leste chamada Território L4, que engloba os bairros Alto Vera Cruz, Baleia, Cidade Jardim Taquaril, Conjunto Taquaril, Granja de Freitas e Vila da Área. Segundo levantamento feito pela Secretaria de Segurança e Prevenção, a região apresenta os maiores índices de vulnerabilidade juvenil da cidade. “Acreditamos que, onde houver maior atuação da cultura, teremos menores índices de vulnerabilidade na população”, avalia a diretora.

A região da praça da Estação é outra área relevante para a ação, e, para justificar a escolha, a prefeitura argumenta que a decisão deve-se à constante presença de coletivos culturais por ali. Suas demandas e provocações agregaram ao cenário cultural local. Por isso, a área conhecida como Zona Cultural da Praça da Estação também vai receber uma programação específica. “Esse baixo centro da cidade representa muito os movimentos culturais e artísticos, criou uma identidade”, reflete Aline.

Além desses dois locais escolhidos, todas as nove regionais vão receber ações culturais, tanto nos equipamentos públicos quanto em espaços privados, ruas e praças.

 

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