Mineirão

Festival de peso,  mas um pouco mais tímido 

Mesmo com menos atrações, evento traz Linkin Park, Panic At The Disco, Nação Zumbi e Titãs à Esplanada do Mineirão

Sex, 17/10/14 - 03h00

Em sua segunda edição, o Circuito Banco do Brasil desembarca em Belo Horizonte mais enxuto, mas com mega shows. Apesar de ter duas cidades a menos no roteiro e atrações reduzidas (quando comparadas à edição do ano passado), o evento traz 14 convidados – sendo cinco internacionais – que se revezam também por Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo, além da capital mineira. A partir das 17h50 de amanhã, a Esplanada do Mineirão abriga o rock dos Titãs e o batuque e a guitarrada da Nação Zumbi, seguidos das atrações internacionais Panic At The Disco e Linkin Park – ambas estreantes em Belo Horizonte.

Ano passado, o Circuito Banco do Brasil atingiu 150 mil pessoas ao percorrer as mesmas cidades, incluindo ainda Curitiba e Salvador, que não participam desta edição. Além disso, se no primeiro festival houve montagem de três palcos e 43 shows diferentes, inclusive de DJ’s de fora, neste ano o número de artistas foi limitado a 14, todas em um mesmo palco.

O produtor Luiz Oscar Niemeyer, diretor da Planmusic, que organiza o festival, reconhece os cortes. “O país viveu dois momentos que paralisaram diversos serviços, a Copa do Mundo e as eleições. Tivemos menos meses para nos programar e encontrar locais disponíveis para eventos de grande porte”, diz o executivo.

Shows. Mesmo menor, o Circuito manteve o concurso Voz Pra Todos, de bandas independentes. Assim, às 16h50, o Stereophant abre o festival com pegada pop rock bem carioca. Na sequência, é a banda recifense Nação Zumbi que sobe ao palco. Dessa vez, Jorge Du Peixe e companhia vão mostrar as recentes canções do disco homônimo, além de clássicos da cena manguebeat, em homenagem aos 20 anos sem Chico Science, vocal e líder da Nação Zumbi nos anos 1990.

Em seguida, é a vez dos roqueiros dos Titãs, formado hoje pelos remanescentes Branco Mello, Paulo Miklos, Sérgio Britto e Tony Bellotto. Além das novas músicas de “Nheengatu”, último disco da banda repleto de guitarras pesadas e letras que falam de pedofilia a corrupção, os cinco músicos também relembram clássicos do fundamental “Cabeça Dinossauro” (1986), que ganhou turnê pelos 30 anos da banda em 2012.

O esperado trio norte-americano Panic At The Disco é quem dá sequência ao festival, tocando pela primeira vez na capital. Conhecida pelo hit “I Write Sins Not Tragedies”, a banda comemora 10 anos de carreira com o álbum “Too Weird To Live, Too Rare To Die!” (2013). Depois de algumas mudanças na formação, Brendon Urie (vocais, guitarras, piano, violoncelo e violinio), Dallon Weekes (baixo e backing vocal) e Kenneth Harris (guitarra) abusam de sintetizadores e drum machines para compor um rock dançante.

Fechando a noite, o Linkin Park traz a mistura renovada de gritaria, guitarras pesadas, música eletrônica e rap, após sete anos de hiato. Também estreantes em Belo Horizonte, eles mostram “The Hunting Party” (2014) – “o disco mais pesado da carreira”, segundo o vocalista Chester Bennington.

Após 11 anos trabalhando com o produtor Rick Rubin, que também produziu AC/DC, System of a Down e Red Hot Chili Peppers, o quinteto norte-americano decidiu assumir as rédeas do novo trabalho e reuniu nomes como o rapper Rakim, Daron Malakian (System Of a Down) e Tom Morello (Rage Against The Machine). “Nós decidimos trabalhar sem produtor. Escrevemos as músicas, como sempre fazemos, e trabalhamos a partir de demos. Nesse momento, tento não pensar muito em como o futuro será. Quem sabe vamos para a pop music depois”, brinca Chester.

SKATE. Paralelo ao festival, a Esplanada do Mineirão abriga a Copa Brasil de Street Skate, com participação de 18 skatistas, entre 14h e 18h. (com Vinícius Lacerda)

---

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo mineiro, profissional e de qualidade. Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar.

Siga O TEMPO no Facebook, no Twitter e no Instagram. Ajude a aumentar a nossa comunidade.