Esqueça, ainda que por pouco tempo, que o metrô de Belo Horizonte é tão somente aquele meio de transporte capenga, com um vasto histórico de promessas de expansão nunca cumpridas. Neste sábado e no próximo, dia 3 de setembro, tanto a Estação Eldorado quanto os vagões dos trens vão virar palco para apresentações musicais diversas. É que o festival BH Music Station volta à ativa para sua oitava edição, depois de um ano de pausa, trazendo uma programação com mais de 20 atrações.
Criado em 1999, o evento ficou parado durante sete anos e voltou em 2014. “Não é um evento anual, porque depende muito de patrocínio. Mas este ano conseguimos fechar esses dois fins de semana”, conta o produtor do festival, Gegê Lara. “A novidade é que os shows principais acontecerão somente em uma estação, a Eldorado. O embarque deve ser feito na Central e, no caminho, acontecem outros shows nos vagões”, completa.
Lara ressalta que as viagens e atrações móveis acontecerão nos novos trens do metrô. “Quando lançamos, esperávamos que um dia o festival fosse para outras regiões, como a Savassi”, diz o produtor, lembrando as novas linhas que nunca saíram. “Mas agora o metrô tem novos trens, que vamos utilizar. Eles não têm separação, são quatro vagões interligados”, diz.
Neste sábado (27) é a vez da carismática cantora paraense Dona Onete voltar à capital mineira, dessa vez com o novo disco, “Banzeiro” (2016), na bagagem. “É uma atração incrível, um carimbó contemporâneo. Nossa ideia sempre foi misturar artistas do mainstream com novos nomes”, afirma Lara. “Fomos os primeiros a trazer gente como Vanguart e Móveis Coloniais de Acaju a Belo Horizonte”, relembra.
Outra atração que agita a noite deste sábado (27) é a Nação Zumbi, recordista de apresentações no BH Music Station. “Das oito edições, é quarta vez que eles vêm. É uma superbanda, muito parceira do projeto. Sempre bem-vinda à cidade”, diz Lara, lembrando que, no próximo sábado, o show mais esperado é da Legião Urbana, com o guitarrista Dado Villa-Lobos e o baterista Marcelo Bonfá, da formação original, e o cantor e ator André Frateschi nos vocais.
Completam o line-up dos dois palcos da Estação Eldorado – um, na área interna, outro, na externa – bandas como Orquestra Noche Cubana, Brasil Melody Band, Woo2tech e Dashdot. Entre as atrações móveis estão nomes como Aji Panca, Desorquestra, Absinto Muito, Trio Lampião, Cromossomo Africano, Gato Feito, Pata de Leão e Samba da Meia Noite.
Sobre o show da Nação Zumbi, o vocalista Jorge Du Peixe conta que o repertório será variado. “Tem um tempo que a gente não dá um rolê em BH. Já fizemos outras edições do Music Station e foi bem interessante. Agora, estamos levando um repertório que mistura músicas do ‘Cicatriz’, nosso disco mais recente, de 2014, e do ‘Afrociberdelia’, que completa 20 anos em 2016”, diz o pernambucano, lembrando as comemorações. “Fizemos alguns shows em capitais tocando o disco na íntegra e vamos tocar algumas em BH. Assim como a banda, o público também se renova. A nova geração chega e quer conhecer os discos anteriores”, completa Du Peixe, revelando que a banda já prepara um novo álbum, que deve sair em 2017.
Além do aniversário de “Afrociberdelia”, este ano marca o cinquentenário de Chico Science, fundador do grupo, morto em 1997, em um acidente de carro. “Nunca deixamos de lembrar Chico. Sempre subimos no palco em tom de reverência”, ressalta o vocalista, afirmando que o documentário “Caranguejo Elétrico”, que conta a história do mangueboy malungo, foi lançado neste ano.
Serviço. BH Music Station. Neste sábado (27) e no dia 3 de setembro, a partir de 0h15. Shows acontecem na Estação Eldorado e embarque na Central (praça da Estação). Os ingressos custam R$ 100 (inteira) e R$ 50 (meia-entrada).
---
O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo mineiro, profissional e de qualidade. Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar.
Siga O TEMPO no Facebook, no Twitter e no Instagram. Ajude a aumentar a nossa comunidade.