Sérgio Marzano costuma dizer que, enquanto descansa, carrega pedras. A brincadeira faz todo o sentido quando se tem em vista as obras reunidas na exposição “Paisagens Minerais”, que será aberta hoje para o público em geral no Museu das Minas e do Metal. São 18 obras, de dimensões distintas – de uma tela de 50 cm x 50 cm a duas obras de 2,75 m por 1,85 m.
Em vez dos tradicionais pincéis, Marzano tem como principal instrumento de trabalho a peneira. É com ela que o mineiro transforma o material que recolhe a esmo (nos arredores da capital mineira e no Quadrilátero Ferrífero) em arte.
“Na verdade, digo que nunca consegui fazer o trajeto de Belo Horizonte a Itabirito no tempo ‘normal’, de uma hora e pouco”, diverte-se ele, assumindo que, não raro, para o carro de dez em dez minutos, na estrada, para recolher materiais como minerais, pedras, arenito, grafite, areia, óxido de ferro e muito mais. Não bastasse, raízes, fungos e galhos, entre outros, também entram no seu radar.
Embora tenha dado impulso à sua faceta artística só após os 30 anos (hoje, está com 54), Marzano conta que foi aos poucos se rendendo à evidência de que esse era, de fato, o seu caminho. Para montar a mostra em questão, ele conta que a escolha dos trabalhos foi “emocional e espiritual”.
Mas ele também quis esmiuçar ao público o seu processo de criação, e, para tal, o visitante vai se deparar com uma bancada, na qual estão dispostos não só a já citada peneira, como outros instrumentos, caso da desempenadeira ou do pilão.
Em tempo: juntamente à mostra, está saindo também o livro “Sérgio Marzano”, que detalha sua trajetória.
Agenda
Onde. MM Gerdau (praça da Liberdade).
Quando. Até 20/10, de terça a domingo, das 12h às 18h, e às quintas, das 12h às 22h.
Quanto. Entrada gratuita.
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