Entrevista

Seu Jorge e Alexandre Pires apresentam show da turnê 'Irmãos' em BH

Em bate-papo com o Magazine, o cantor e ator carioca falou do projeto musical que desembarca neste sábado (28), na Esplanada do Mineirão

Por Alex Ferreira | @alexnycman
Publicado em 28 de maio de 2022 | 11:19
 
 
Seu Jorge contou ao Magazine detalhes de 'Irmãos', novo projeto que ele apresenta em Belo Horizonte ao lado do cantor Alexandre Pires Foto: Reprodução/Instagram

Artista de carreira internacional reconhecida, o cantor, ator e instrumentista Seu Jorge desembarca neste fim de semana na capital mineira para apresentar ao lado do músico Alexandre Pires, o show da turnê "Irmãos", que acontece neste sábado (28), a partir das 18h, na Esplanada do Mineirão (av. Presidente Carlos Luz – Pampulha; ingressos custam entre R$ 90 a R$ 720 e podem ser adquiridos pela plataforma Sympla). No projeto, a dupla vai mostrar versões intimistas para clássicos de compositores renomados como Jorge Ben Jor, Legião Urbana e Tim Maia. 

Em um bate-papo com o Magazine, Seu Jorge falou um pouco da apresentação, além de revelar detalhes sobre sua carreira cinematográfica e musical, e dos desafios de se fazer arte no Brasil.

Tanto você quanto o Alexandre Pires são artistas de sucesso em suas respectivas carreiras. O que motivou vocês a quererem embarcar nesse projeto juntos?

Antes de nos reunirmos, o Alexandre tinha feito uma live maravilhosa, que arrecadou muitos mantimentos, ajudou muitas pessoas em um momento que já começava a ficar crítico. Aquilo me comoveu bastante e quis fazer algo, unir forças, para ajudar também. Quando o nosso empresário Matheus Possebon falou sobre o projeto 'Irmãos', a ideia surgiu e logo entramos de cabeça. Passamos vários dias enclausurados na fazendo do Alexandre, conversando sobre o repertório e ensaiando, para que a gente pudesse mostrar uma apresentação grandiosa, de impacto. A aceitação do público foi espetacular e o show que era para ter ficado no mundo virtual, hoje é realidade e vem trazendo felicidade às pessoas por onde passamos.   

Vocês começaram a turnê com shows em Portugal. Como foi a recepção em terras europeias?

Nós adoramos Portugal e receber o carinho e calor do público de lá, após tanto tempo sem subir no palco, foi algo surreal. Parecia que estávamos vivendo um sonho. Fizemos duas apresentações sold-out, uma em Lisboa e outra em Guimarães, em duas arenas enormes, com muitos brasileiros na plateia. Foi uma sensação maravilhosa ver tantas pessoas se divertindo, com o brilho nos olhos e dançando na esperança por um mundo melhor. Vale a pena lembrar que, naquela oportunidade, preservamos e respeitamos todos os protocolos de segurança exigidos pelas autoridades portuguesas.

No show vocês tocam clássicos do cancioneiro nacional que vai desde Tim Maia passando por Jorge Ben Jor até Legião Urbana. Como nasceu o repertório da turnê?

Apesar de cantarmos estilos diferentes, eu e o Alexandre temos muitas influências em comum. Temos a mente aberta para a música boa e a nossa conexão é tão forte que parece que realmente trazemos essa afinidade de outras vidas. Compartilhamos diversas experiências na carreira e, felizmente, contamos com músicas que estão na boca do povo. Foi uma tarefa um tanto árdua escolher o repertório, mas acredito que, pelo que o público se diverte, acertamos em cheio!

Você e o Alexandre têm muito respeito e admiração pelo trabalho um do outro. O que une vocês para além da música, dentro e fora do palco?

O Alexandre é um artista maravilhoso, músico nato. É versátil, talentoso e sempre está em busca da perfeição. Somos bastante parecidos em cima do palco, no modo de produzir um espetáculo e da importância da música na vida das pessoas. Quando estamos juntos é impressionante como conversamos sobre todos os assuntos, damos risadas, brincamos e cantarolamos. Estamos vivendo um momento único em nossas vidas. 

Seu trabalho extrapola o cenário musical e você já tem uma carreira mais do que estabelecida como ator. Como é a experiência com o cinema para você?

O cinema é algo mágico! É uma arte que me inspira e me faz sentir livre. Além disso, a cada produção é possível agregar culturas, conhecimentos, encontrar pessoas novas, desbravar novos lugares e vivenciar novas experiências. Adorei todos os papéis que interpretei ao longo dos anos. Hoje vejo também como o cinema foi importante para a minha carreira na música, pois exige muita disciplina, concentração e determinação.   

Um dos papéis mais marcantes que você fez no cinema foi o personagem Pelé dos Santos, no "The Life Aquatic with Steve Zissou" do Wes Anderson. No filme você toca versões de músicas do David Bowie em português. Você já curtia a obra do Bowie antes do filme?

Eu adoro Bowie! Passei três anos com esse show na estrada pelo mundo inteiro e não tive a oportunidade de fazer algo por aqui. Infelizmente, por conta da pandemia, busquei uma outra maneira de apresentá-lo ao público brasileiro e foi em formato de live. Na verdade, o show é do Pelé dos Santos, e conto a história desse personagem no show. Essa apresentação é toda trabalhada em cima disso. Eu entro para cantar as músicas, mas, ao mesmo tempo, conto a história de como fui parar nesse filme. Fui entendendo esse clima à medida que ia fazendo o show, porque na plateia sempre tinha muitos fãs do filme, do Wes Anderson, do Bill Murray e, sobretudo, fãs do Bowie. Tenho uma gratidão muito grande pelo Wes Anderson por ter me dado a oportunidade de conviver, não só com o elenco, mas com toda a equipe técnica. Cheguei ali, no meio de um monte de estrelas, sem tanta experiência e me senti abraçado por todo mundo.

Recentemente você foi protagonista do filme "Marighella", que cobre a história de um personagem importante na resistência contra a ditadura brasileira no fim dos anos 1960. Acha que o cinema pode ser um campo aberto para provocar reflexões abrangentes sobre o mundo ao nosso redor e as mazelas humanas do dia-a-dia?

Qualquer tipo de arte é capaz de provocar reflexões, desde que tenha atitude!