A trajetória de Maytê Piragibe na TV, somada ao seu delicado rosto, poderia levá-la ao óbvio caminho das mocinhas certinhas. Contrariando o lugar-comum, a atriz participa do prólogo de “Pecado Mortal” como Donana, a primeira vilã de sua carreira. A personalidade forte, inclusive, é um traço comum com Azenate, papel que desempenha atualmente em “José do Egito”.
Na minissérie bíblica, a jovem contraria seus pais e desiste de ser uma sacerdotisa pela paixão que sente por José (Ângelo Paes Leme). Se é o amor que motiva as decisões voluntariosas nessa personagem, na trama de Carlos Lombardi, Donana é movida por sua ambição. “Ela é, acima de tudo, determinada. E, junto com isso, vem uma perversidade muito grande”, diz.
Em “Pecado Mortal”, prevista para estrear nesta quarta-feira, dia 25, Maytê participa apenas do prólogo, passado em 1940, que serve para contextualizar a trama, retratada no final dos anos 1970. Na fase adulta, Donana será interpretada por Jussara Freire. “Nós conversamos muito sobre como retratar o caráter e a maldade dela. Na verdade, eu bebo da fonte da Jussara”, diz. Fora isso, atriz não teve muito tempo para se preparar para interpretar a mulher do bicheiro Michelle, de Henrique Guimarães e Luiz Guilherme. “Foi tudo muito rápido. Assim que acabou ‘José do Egito’, eu recebi o roteiro. Meu personagem abriu a novela, fui uma das primeiras a gravar”, conta.
A composição, no entanto, não foi um problema para Maytê. “Em ‘Cidadão Brasileiro’, também pude retratar essa época. Estava bem-ambientada com o contexto”, explica, completando que o filme cult “Uma Mulher é Uma Mulher”, do diretor Jean-Luc Godard, a ajudou a entender a intensidade da personagem que abre a primeira trama de Carlos Lombardi na Record.
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