Quando o assunto é turismo, Belo Horizonte se destaca não só por suas belas paisagens emolduradas por montanhas, como também por suas potencialidades. Repleta de eventos e de construções que exalam fatos e histórias, a capital mineira surpreende positivamente moradores e visitantes com as várias opções de entretenimento, de cultura e de lazer. “O turismo na cidade pode ser dividido em dois. Em atrativos como a Virada Cultural, o Carnaval, a Noite de Museus, os concursos gastronômicos, entre outros eventos, e em pontos físicos como as praças, os parques e os museus”, comenta Neuma Horta, turismóloga da Empresa Municipal de Turismo de Belo Horizonte (Belotur).

De acordo com ela, a capital mineira conta com aproximadamente 30 museus, a maioria com entrada gratuita. “Mesmo os que cobram a entrada, em algum dia da semana abrem suas portas gratuitamente para visitação”, ressalta a turismóloga.

Ainda segundo ela, em termos de opções culturais, Belo Horizonte não deixa a desejar. “Claro que há muita coisa a ser melhorada, mas de dez anos para cá, a cidade mudou, tem se valorizado. Um exemplo é o próprio Carnaval que, desde 2011, tem batido recorde em número de público. Muitas pessoas que visitam a cidade se surpreendem positivamente e afirmam: ‘BH respira cultura, é uma cidade culturalmente rica’. A maioria aprova”, cita.

Atrativos. Entre os pontos turísticos mais requisitados estão o Mercado Central, a Praça da Liberdade, a Praça Israel Pinheiro (Praça do Papa), a Praça Rui Barbosa (Praça da Estação), a Praça Sete de Setembro, o premiado conjunto arquitetônico da Pampulha, museus como o de Artes e Ofícios e o Mirante do Mangabeiras.

Daisy Allegro, presidente da Associação dos Guias de Turismo do Brasil/Seção MG (AGTURB/MG), diz que as novidades também movimentam o turismo na capital. “Um exemplo é a tirolesa inaugurada na cidade no início deste mês. Ela vai do Mirante do Mangabeiras até o parque de mesmo nome. É a maior do Estado e traz boas expectativas para a cidade”, ressalta.

Segundo Daisy, a capital mineira tem muito para ser explorada não só pelos visitantes, mas também pelos próprios moradores. “Tem muita gente que mora em Belo Horizonte e ainda não conhece todos os belos pontos dela”, comenta.

Valorização. Namorando em um dos bancos da Praça da Liberdade, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, Mariana Henriques, 18, e Luiz Baldi, 20, revelam que gostam muito dos pontos turísticos da capital mineira e que sempre que podem os visitam.

“Conquistei uma vaga na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e saí de Aracaju, em Sergipe, para estudar aqui. Sempre que possível, estou conhecendo um lugar da cidade. Gosto muito do Circuito Cultural da Praça da Liberdade, da Pampulha, e do Museu de Artes e Ofícios. Acho sensacional o valor que a cidade dá para exposições e para as atrações culturais”, diz Mariana.

“A Praça da Liberdade é como se fosse a minha segunda casa. Desde pequeno venho aqui. Eu me lembro que me apaixonei por ela quando criança, ao visitá-la com o meu pai para ver as luzes de Natal. Desde então, não deixo de frequentá-la. Sempre que posso também faço passeios pelos outros atrativos da cidade”, comenta Baldi.

Aos 73 anos, o engenheiro Francisco de Melo também aprecia a paisagem da Praça da Liberdade e aproveita o clima familiar do local para passear com o neto de 4 anos. “O bom é que aqui tem espaço para ele correr e para brincar, além do verde. Sempre que posso venho aqui”, comenta.

Melo foi um dos engenheiros responsáveis pela construção de avenidas importantes de BH, como a Raja Gabaglia, que liga a cidade a pontos marcantes. “Belo Horizonte tem lugares lindos para serem visitados. Alguns precisam de revitalização, mas tenho boas memórias dos que eu já frequentei. Na juventude, ia muito ao Parque Municipal Américo Renné Gianetti andar de pedalinho e passear com os amigos”, recorda.

Pintura em painel a céu aberto é a mais nova atração da cidade

Belo Horizonte completa 119 anos hoje, mas recebeu, na última quinta-feira (8), um presente antecipado, que promete entrar para a história da cidade. Trata-se do mural Raverso, criado pelo artista plástico Ramon Martins. Ele também pintou em Belarus, na Europa, o maior desenho do mundo em murais, com 3,450 metros quadrados, obra que pode entrar para o Guiness Book.

O Raverso, feito especialmente para a capital mineira, é composto por diversos desenhos e por cores tropicais. Medindo cerca de 1,5 mil metros quadrados, o projeto é parte do novo estacionamento do Shopping Oi, localizado na avenida Oiapoque, 156, no centro de Belo Horizonte.

“Esse painel é um presente para Belo Horizonte, para os seus moradores e também para os seus visitantes. Ele pode ser visto por quem passa pelos Viadutos Leste e da Lagoinha, pela avenida do Contorno e adjacências”, afirma Mário Valadares, proprietário do Shopping Oi.

Segundo Valadares, o projeto agregou mais valor para a região Central, gerando mais cor e melhor visual para a cidade. “Queríamos que ele fosse feito por um artista renomado, que tivesse relação com Belo Horizonte e, por isso, resolvemos convidar o Ramon Martins. Ele nasceu em São Paulo, mas foi criado em Minas Gerais, estudou em BH, tem vínculo com a cidade”, menciona.

Para Martins, o Raverso foi uma forma de expressar os sentimentos que ele tem pela capital mineira e por Minas Gerais. “Esse trabalho representa o meu retorno para o Estado. Deixo aqui um pouco do que eu aprendi em outras culturas. É um presente meu para os mineiros”, afirma.

Ainda segundo o artista, durante a execução, o projeto contou com auxílio de voluntários. “O mural em BH teve uma paleta de 50 cores que, misturadas, viraram milhares”, revela ele.

“A pintura é muito bonita, conta com desenho de um pássaro, de uma japonesa, de um coelho, com vários elementos. É a primeira desse tamanho a ser feita em Minas Gerais por um artista renomado. Estamos felizes com o resultado”, acrescenta o proprietário do Shopping Oi. (MX)