Mal começou e o Carnaval do bloco “Então, Brilha” já arrastou uma multidão pela rua Guaicurus, no centro de Belo Horizonte, na manhã deste sábado (14). A estimativa da Polícia Militar (PM) é de que haviam mais de 10 mil pessoas seguindo o bloco. Apesar do número oficial divulgado pela corporação, a organização do bloco afirma que 38 mil pessoas participaram da festa.

O engenheiro e um dos fundadores do bloco, Glauco Gonçalves Dias, deu o ponta-pé inicial da festa destacando o amor no Carnaval: “Um beijo no preconceito. Começa o Carnaval, quando todo mundo pode ser livre, feliz. Onde ninguém é cerceado. Obrigado, Guaicurus. Viva a memória desta rua”, diz.

Juçara Valentino, que levou o filho no colo, diz que acompanha o bloco desde a primeira edição. “Desde que vim para BH, eu venho no Então, Brilha. O pai do meu filho está no trio tocando cavaquinho”, conta.

Paula Miranda, de 27 anos, grávida de seis meses, também não quis perder a festa e é uma das instrumentistas da linha de frente. “Está maravilhoso o Carnaval, bem tranquilo. Toco desde a primeira edição”, diz.

O público se agita ao som dos clássicos do axé, como Chiclete com Banana, Daniela Mercury e Banda Eva. E quem preferiu acompanhar o bloco de camarote, não perdeu a chance de se fantasiar e ir para a sacada dos prédios comerciais curtir a folia. Nas janelas dos hotéis de uma das ruas mais famosas da capital, as garotas de programas também festejam a passagem do bloco.

Cordão do amor

O bloco teve dificuldade para descer a Guacurus, de tanta gente que acompanhou. Mas a organização do bloco pediu para as pessoas formarem um "cordão do amor" e ajudar a bateria, que ficou espremida, a passar. Este ano, a rua foi fechada para o “Então, Brilha”. 

A professora Márcia Lousada, de 36 anos, sempre traz a sobrinha Júnia, de 15 anos, para acompanhar o bloco. A cadeira de rodas não impede a festa: neste sábado (14), elas ficaram ao lado da bateria e também foram protegidas pelo "cordão do amor", formado por braços de integrantes do bloco.

Depois de derreter sob o sol quente deste sábado de Carnaval, foliões aproveitam para se refrescar nas fontes da praça da Estação, destino final do bloco, que se dispersou por volta das 13h após se juntar com a turma da Praia da Estação. 

Bebidas

E a bebida do Carnaval de BH este ano é o Catuçaí, um drink de catuaba com açaí que virou moda entre os foliões. Chamado "drink do amor", a bebida promete dar energia para a maratona do Carnaval. 

Preferência entre os foliões, a Catuaba circula entre os presentes de forma quase comunitária. A designer Luciana Campello, de 26 anos, diz que as vantagens da bebida são que, além de não precisar estar gelada para ser consumida, ela não dá vontade de fazer xixi e ainda é revigorante. "Sai mais barato que cerveja", enaltece. Porém, a Catuaba, que custa R$ 7 no Mercado Central, está sendo vendida por R$ 20 pelos ambulantes. 

Atualizada às 15h51