Adversário na área

Colômbia chega a Fortaleza com calorosa recepção de torcedores

Confiança é o que não falta aos adversários, que contagiaram Copa do Mundo com uma equipe solta e cheia de alegria

Por Daniel Ottoni
Publicado em 01 de julho de 2014 | 21:30
 
 
Animados torcedores da Colômbia fazem a festa na chegada da delegação a Fortaleza Foto: Alex de Jesus

A sensação da Copa do Mundo  tentou chegar de forma discreta em Fortaleza, por mais que os batedores da Polícia e até um helicóptero da corporação, tentassem o contrário. Depois de desembarcar por volta das 19h15 na base aérea, a Colômbia chegou ao hotel, na Praia de Iracema, por volta das 20h.  O time enfrenta o Brasil, na sexta-feira, às 17h, no Castelão, em jogo válido pelas quartas de final da Copa do Mundo.

O número de torcedores, assim como a movimentação, foi crescendo à medida que o momento da chegada ao hotel se aproximava.  Os gritos de provocação de alguns carros que passavam próximos não intimidou os caribenhos.

Cerca de 200 colombianos cheios de orgulho marcaram presença com camisas e bandeiras para dar um aceno, um grito de apoio ou apenas para mostrar estavam ao lado de sua seleção.

Na chegada, os jogadores colombianos subiram rapidamente aos quartos, não sem antes agradecer ao público presente com um aceno acompanhado de um sorriso. Assim que o ônibus virou a esquina, os gritos e palmas começaram. Os mais saudados foram o técnico José Pekerman, o zagueiro Yepes e os meias James Rodriguez e Cuadrado.

Nesta quarta-feira, a Colômbia treina em tempo integral, com portões fechados.

Seu país na sua casa
Entre os torcedores, duas sortudas, que residem na capital cearense e viram o time de seu país ter na cidade talvez o jogo mais decisivo de sua história.

Veronica Hoyos e Marta Cárdenas fazem mestrado em zootecnia e doutorado em computação, respectivamente, em Fortaleza. A esperança de ver o Colômbia no local que escolheram para estudar era pequena, antes mesmo da Copa começar.

“Quando as vendas abriram, fiz a inscrição e meu pai me lembrou que o jogo das quartas seria em Fortaleza. Ele me garantiu que seria com a presença da Colômbia, mas fiquei muito desconfiada. Não é que ele estava certo?”, comemora Cárdenas, entre pulos e sorridos.

O ingresso garantido lhe dá uma confiança ainda maior em um bom resultado. Já a amiga Veronica vai ter que se contentar em ver a partida pela televisão.

O terceiro integrante do grupo, Wilman Franco, está no Brasil como voluntário na FIFA. Ele estará no Castelão a trabalho, na sexta-feira, e garante que não conseguirá se segurar em caso de gol caribenho. “Não vai ter como me conter. Vou gritar, mesmo que alguns brasileiros perto de mim não gostem. Ganharemos por 2 a 0”, revela.

Outros torcedores não passaram despercebidos, como foi o caso de um com uma camisa já avisando o placar do jogo ( 9 a 2 para a Colômbia) e outra com uma máscara de elefante em alusão à Marimonda, personagem da cidade de Barranquilla, conhecido pela alegria.

Este mesmo torcedor parecia desinibido, talvez pelo uso da máscara, ao imitar o goleiro congolês Kidiaba, bem no meio da rua. Não teve quem não se animasse com tal cena.

Felizes mesmo sem ingressos
Enrolados na bandeira amarela, azul e vermelha estavam os amigos de Bogotá comandados por Manoel Sanchez. Eles estão no Brasil há um mês e viram os dois últimos jogos da Colômbia na primeira fase, em Brasília e Cuiabá.

A boa campanha do time na Copa do Mundo não era esperada nem mesmo por eles, que esbanjavam confiança no que James Rodriguez e cia. limitada podem fazer na sexta-feira. “Claro que acreditávamos, até por ser uma geração muito talentosa. Mas jogando como está, pode ir até mais longe. Acho que passamos”, projeta Sanchez, lembrando que o time vive uma fase muito superior ao dos donos da casa.

Os amigos cravam que as chances são de 60% para sua equipe e já pegaram a mania de tantos outros gringos que não veem a hora de calar um estádio cheio de brasileiros. “Estou vendo um novo Castelazo. Quando isso acontecer, você vai se lembrar de mim”, brincam.

Vendo que as possibilidades de conseguir um ingresso – cambistas cobram até R$ 5.000 – são cada vez menores, eles se conformam em ver o jogo perto de onde estão hospedados. “Estamos sendo bem tratados e veremos pela TV mesmo. Se bem que a torcida no bar será predominantemente brasileira. Teremos que aguentar isso ainda”, lembra Sanchez.

Depois de ficar com inveja de quem esteve no jogo inaugural, contra a Grécia, no Mineirão, eles preveem nova invasão colombiana na capital cearense. “Você vai ver como a cidade vai ficar. Escutei que 300.000 colombianos estão no Brasil, chuto que uns 60.000 estarão aqui até sexta”, coloca.