Caça-fake

Adalclever diz que não gastou verba, mas usou R$ 64 mil

Candidato errou data de exonerações de servidores da liderança do governo

Adalclever Lopes critica campanhas de Fernando Pimentel e Antonio Anastasia | Foto: Moisés Silva
PUBLICADO EM 02/09/18 - 03h00

O presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) e candidato a governador, Adalclever Lopes (MDB), foi o quinto e último sabatinado da série promovida pela Sempre Editora. Nessa sexta-feira (31), Lopes foi entrevistado por jornalistas dos jornais O TEMPO e Super Notícia e da rádio Super Notícia 91,7 FM. A agência Caça-Fake acompanhou a entrevista.

Ao ser indagado sobre o motivo pelo qual o deputado não lança, desde 2015, os gastos com verba indenizatória no site da transparência da Assembleia, algo que todos os parlamentares fazem, o presidente do Legislativo disse que não usou nem “um centavo” do dinheiro público desde que virou presidente da Casa. “Na verdade, nunca gastei um centavo depois que virei presidente. Da minha verba indenizatória, não gastei um centavo. O presidente da Assembleia tem um carro que leva e busca, e eu achei que não havia necessidade. Tanto que não gastei um centavo de verba indenizatória desde que sou presidente”, afirmou.

Porém, desde fevereiro de 2015, quando foi escolhido para presidir a Assembleia do Estado, Lopes gastou R$ 64.923,13 de verba indenizatória. E o maior gasto foi justamente com aluguel de veículos, o que totalizou R$ 48.485 entre fevereiro e agosto de 2015.

Outra informação dada pelo candidato que não procede refere-se às exonerações realizadas por ele em maio no gabinete de liderança do governo, dias depois de o processo de impeachment contra Fernando Pimentel (PT) ser aberto pelos parlamentares. 

“O líder de governo era o deputado Durval Ângelo. Coincidiu que, na mesma época, ele saiu da liderança de governo e foi escolhido pelo governador ao TCE. Nós fizemos uma adequação à liderança de governo. Então, isso tudo tem uma fantasia muito grande”, disse o candidato.

Apesar da declaração de Lopes, o deputado Durval Ângelo foi indicado por Pimentel apenas em julho, mesmo mês em que renunciou ao mandato para assumir o posto de conselheiro do Tribunal de Contas.

Resposta. Procurada, a assessoria do candidato disse que as exonerações não teriam ligação com um suposto rompimento com Pimentel e que, quanto ao período da saída de Durval, ele pode ter se confundido. 

Sobre as verbas indenizatórias, a assessoria disse que “desde setembro de 2015, Adalclever Lopes decidiu que não receberia mais a verba indenizatória”. “De acordo com valores de hoje, essa decisão representa uma economia de cerca de R$ 1 milhão”, afirmou.

Recebeu notícias sobre eleições e quer saber se são verdadeiras? Envie sua dúvida para a agência Caça-Fake pelo WhatsApp (31) 99827-4455.