Eleições 2018

Grupo de Aécio impulsiona campanha de Anastasia em MG

Senador dividiu palanque com Danilo de Castro, antigo aliado tucano

Velhos amigos. Pré-candidato ao governo de Minas pelo PSDB, Antonio Anastasia reuniu Danilo e Rodrigo de Castro, além de outros caciques, em evento na Zona da Mata | Foto: Reprodução/facebook
PUBLICADO EM 22/07/18 - 03h00

Um dos desafios da campanha do senador Antonio Anastasia (PSDB) ao governo de Minas é se distanciar da imagem desgastada do próprio partido, que tem quadros envolvidos em escândalos de corrupção. O principal deles é o senador Aécio Neves. Réu na Lava Jato, sua presença tem sido vetada em eventos de pré-campanha.

Porém, em encontro ontem com prefeitos, na Zona da Mata, Anastasia dividiu palanque com Danilo de Castro, que foi secretário de Governo durante as gestões tucanas e responsável pela articulação política de Aécio.

Também estavam na reunião o deputado federal Rodrigo de Castro – filho de Danilo –, o ex-presidente da Assembleia Legislativa de Minas e pré-candidato ao Senado Dinis Pinheiro (SD) e o ex-governador do Estado Alberto Pinto Coelho (PPS). O evento foi realizado na cidade de Astolfo Dutra. Participaram cerca de 50 prefeitos. 

Ao discursar, Danilo de Castro lembrou que ele, como secretário de Governo durante os 12 anos de administração do PSDB, atuando junto com Anastasia e Aécio, viabilizou várias obras na região. Ele foi um dos principais coordenadores das campanhas tucanas para o governo de Minas.

Essa movimentação de caciques em torno de Anastasia vai na contramão do que teria sido determinado por ele quando decidiu lançar a pré-candidatura. Anastasia pediu independência para comandar a campanha e decidir a composição de sua chapa. O tucano também teria solicitado carta branca para montar sua equipe de governo em caso de vitória. No entanto, uma das vagas ao Senado da chapa do PSDB ainda está aberta, esperando a definição pessoal de Aécio. Ele deve comunicar nos próximos dias se vai tentar a reeleição. 

A equipe tem evitado usar no material de divulgação as cores do PSDB. Até mesmo o nome da sigla tem sido evitado nos discursos. Nos bastidores é dito, inclusive, que essa teria sido uma exigência de dirigentes de partidos aliados para compor a coligação. Em atos políticos, dirigentes falaram em público que estavam apoiando a figura do senador Anastasia, e não os tucanos.

Fala de Pacheco incomoda PSDB

Setores do PSDB e de partidos aliados consideraram como “pretensiosa” e “prepotente” a fala do pré-candidato do DEM ao governo de Minas Gerais, Rodrigo Pacheco. Em entrevista a O TEMPO, o deputado se disse otimista com a perspectiva de o senador Antonio Anastasia (PSDB) desistir da candidatura ao Estado para apoiá-lo. A possibilidade surgiu após o centrão sinalizar que vai caminhar com o nome tucano à Presidência, Geraldo Alckmin.

Nos bastidores, é dito que a aliança nacional poderia ser repetida em Minas, com Anastasia ou Pacheco desistindo da candidatura ao Palácio da Liberdade. “É mesmo muito pretensioso alguém com 3% das intenções de voto querer que outro com 30%, e com o apoio que Anastasia conquistou, abra mão para apoiá-lo. É um sonho muito distante para ele”, afirmou um deputado tucano. 

Pacheco não quis comentar as críticas, porque não as ouviu. No entanto, declarou que “definitivamente” não há prepotência da parte dele, mas, sim, humildade. O parlamentar ainda disse que respeita o PSDB e todas as outras siglas, e espera essa mesma postura: “Eu disse é que pelo apreço que tenho pelo Anastasia e pelo fato de ele me apoiar antes de ser candidato poderia, sim, ser natural numa eventual desistência dele o apoio a nossa candidatura. Foi isso que disse”.

Mesmo com o descontentamento dos tucanos, o político não recuou das falas: “Acho que nesse momento que o centrão apoia uma candidatura do PSDB em nível nacional, seria muito natural que os partidos apoiassem o Democratas em Minas”. Pacheco completou que o DEM garantiu sua candidatura no Estado, independentemente das circunstâncias. 

Lacerda nega que reunião do PSB definirá aliança com Ciro

O ex-prefeito de Belo Horizonte e pré-candidato ao governo de Minas Gerais Marcio Lacerda (PSB) negou que a reunião do seu partido, que será realizada amanhã na capital mineira, vai discutir sobre a possibilidade de ele ser indicado a vice na chapa do presidenciável Ciro Gomes (PDT). 

Segundo sua assessoria, as lideranças nacionais do PSB vão discutir a conjuntura de alianças para os Estados em que a sigla tem candidatura própria ao governo. 

Dentro desse cenário, Minas seria um dos principais Estados de interesse da legenda, justamente com a candidatura de Lacerda. Na avaliação de membros do PSB, o ex-prefeito tem grandes chances de se confirmar como uma terceira via na disputa, crescer nas pesquisas e vencer a eleição. 

Encontro

Em suas redes sociais, o senador Anastasia não divulgou fotos do evento ao lado de Danilo de Castro. As imagens foram compartilhadas na página do deputado federal Rodrigo de Castro.