Igreja

Arquidiocese de BH publica orientações aos fiéis para as eleições municipais

Objetivo é fazer com que os eleitores votem a partir de valores cristãos e sejam éticos quanto aos comportamentos, principalmente nas redes sociais

Carta é assinada pelo arcebispo Dom Walmor e bispos auxiliares | Foto: Arquidiocese / divulgação
Gabriel Moraes
21/09/20 - 09h38

A Arquidiocese de Belo Horizonte, através do arcebispo metropolitano Dom Walmor Oliveira de Azevedo e bispos auxiliares, publicou um texto destinado aos fiéis e aos demais cidadãos com orientações para as eleições municipais deste ano. O objetivo é fazer com que os eleitores votem com consciência e seguindo “as marcas distintivas do cristão: o amor, a fé e a esperança.”

Saiba as principais orientações da entidade:

- Escolher candidatos que seguem a palavra de Deus, como ensina o Evangelho, “uma árvore é conhecida por seu próprio fruto” (Lc 6,44). Esse é o critério a partir do qual podemos escolher um candidato: não segue a Palavra de Deus o candidato que, em sua trajetória pessoal, não se mostra comprometido com a promoção de uma ecologia integral, com o bem comum e com a proteção dos pobres e excluídos;

- Se atentar àquelas propostas para sanar o enorme déficit habitacional. "Precisamos estar atentos à acolhida e à inclusão das pessoas que, em crescente número, passam a morar nas ruas de nossas cidades. Também necessitamos, urgentemente, de políticas públicas que melhorem as condições de vida em aglomerados e nas comunidades mais pobres";

- Os políticos que darão bons frutos são aqueles que priorizam o bem comum e a vida dos cidadãos, sendo mais eficazes no ramo da saúde, da educação, da segurança, do transporte e do direito à alimentação. "Não pode produzir bons resultados o político que faz campanha eleitoral defendendo o recurso às armas, o uso da violência, que não se compromete com os excluídos e que, diante da morte de pessoas e das graves feridas do meio ambiente, se mostra indiferente";

- Conhecer a fundo as ideias que um candidato defende e as políticas públicas que ele se propõe a apoiar e implantar. "Candidato sem proposta de políticas públicas é candidato sem proposta alguma";

- Utilizar de maneira ética as redes sociais, sem atacar pessoas ou provocar discurso de ódio. Também é preciso evitar a disseminação de notícias falsas. "Daí a atenção necessária de não aceitar prontamente uma informação como verdadeira, sem antes haver se informado e estudado sobre o assunto";

- Aqueles que se consideram leigos na política e se candidatarem a vereador ou prefeito, devem atuar pelo comum e em favor dos mais pobres, com propostas concretas de políticas públicas. Eles poderão permanecer em suas funções ministeriais e pastorais, mas não devem fazer, de seu serviço na igreja, um espaço de propaganda eleitoral;

Além disso, o comunicado lembra que ainda vivemos uma pandemia nunca antes vista. Ele afirma que precisamos nos unir em orações e solidariedade por aqueles diretamente afetados pela doença.

"Não podemos nos eximir de um efetivo exercício da caridade, com moderação e serenidade de palavras e de atitudes. Não é ação cristã aquela que conclama à violência e à discórdia, mas sim aquela que produz a paz", diz.