Eleições em BH

Áurea quer que médicos definam sobre obrigatoriedade da vacina

Candidata do PSOL também criticou a polarização política em torno do tema

Áurea Carolina durante evento | Foto: Thaís Mota
THAÍS MOTA
30/10/20 - 20h33

Um tema que dominou fortemente o debate público nas últimas semanas no Brasil é a questão a obrigatoriedade ou não da vacinação contra o novo coronavírus e os critérios para essa definição. Também esteve no centro da discussão a compra ou não pelo governo brasileiro de doses de vacinas desenvolvidas na China e produzidas em parceria com o instituto Butantã, em São Paulo, ainda que, até o momento ela sequer tenha sido aprovada nos testes e autorizada pelos órgãos de saúde. Aliás, atualmente, não há qualquer vacina que tenha sido formalmente confirmada como eficaz contra a Covid-19.

Questionada sobre sua posição acerca do assunto, a deputada federal Áurea Carolina, que disputa a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) pelo PSOL, defende que o debate sobre a obrigatoriedade ou não seja pautado pela ciência e que a discussão não seja politizada, como vem acontecendo no país até o momento.

“Eu entendo que a definição sobre a obrigatoriedade da vacina tem que se dar a partir de um posicionamento de especialistas, sanitaristas, cientistas e epidemiologistas, para que a gente possa chegar em um entendimento do que é mais adequado e pertinente sobre a nossa realidade”, disse a candidata, sem colocar sua posição pessoal definitiva acerca do assunto.

A candidata do PSOL emenda, ainda, com uma critica à politização do debate atualmente. “A gente não tem que colocar a questão da vacina como um desejo político partidário de ninguém, a posição não tem que ser essa. A gente tem que pensar naquilo que representa o ganho seguro e que vai proteger a população de fato nesse processo de imunização”, completou Áurea Carolina.

Ainda segundo ela, se definida a obrigatoriedade da vacinação pela União, isso tem que ser feito a partir de uma estratégia junto ao Sistema Único de Saúde (SUS), como já é feito em relação a outras vacinas.

“Nesse pensamento, podemos pensar a obrigatoriedade condicionada ao acesso a serviços, como já acontece hoje: a exigência do cartão de vacinação para acessar políticas públicas. Então, essa já é a experiência brasileira e acho que seria nesse caminho que a gente deveria ir, se esse for o entendimento consolidado no campo especializado”, explicou.

Aquisição

 Já em relação à aquisição da vacina, que é algo que pode ser feito pelos governos municipais caso a União não o faça, ela assume o compromisso de fazê-lo “conforme a disponibilidade e s segurança, a partir de estudos que indiquem qual é a melhor alternativa, qual é a mais econômica e de melhor custo benefício, de acordo com a segurança da sua eficácia para ter disponibilidade para toda a população”. Isso porque há vários laboratórios em todo o mundo desenvolvendo diferentes vacinas, mas até agora nenhuma delas ainda concluiu a fase 3 de testes, a última antes da comercialização e aplicação ser autorizada.