PASSAGENS

Bruno Engler diz que passagem de ônibus não vai passar de R$ 4,50

Candidato do PRTB pretende fazer auditoria e exigir contrapartidas para manutenção da tarifa

Bruno Engler diz que pré-candidatura de Viana garante palanque a Bolsonaro em Minas | Foto: Divulgação/Assessoria
LUCAS HENRIQUE GOMES
11/11/20 - 18h01

Pauta frequente de todas as eleições e de todos os mandatos em Belo Horizonte, o transporte público é um dos assuntos tratados por Bruno Engler (PRTB) nas suas agendas. Como alternativa à tão falada abertura da “caixa preta” da BHTrans, o deputado estadual quer, se eleito prefeito da capital mineira, implementar o programa “corrupção zero”, que passa pela auditoria de todos os contratos vigentes no Executivo municipal.
“Isso inclui BHTrans, SLU (Superintendência de Limpeza Urbana), todos os contratos hoje que a prefeitura tem vigentes para a gente ver se estão regulares, identificar as irregularidades e consertá-las. Infelizmente a gente perde muito dinheiro da prefeitura por irregularidade pelo ralo da corrupção, então a auditoria geral de todos os contratos da prefeitura é um diagnóstico pra ver para onde está indo o nosso dinheiro e buscar soluções para que esse dinheiro seja melhor aplicado”, explicou.

Questionado se essa auditoria resultaria em uma redução nas tarifas de ônibus, Engler disse achar difícil. “Acho que o que a gente pode dizer é que o que já está, de R$ 4,50, não vai aumentar. Porque é uma tarifa muito cara, das mais caras do Brasil”, declarou.
Para manter a tarifa atual, entretanto, o candidato quer cobrar alguns pontos das empresas de transporte, como o funcionamento integral das linhas de ônibus – que foi reduzido durante a pandemia – e a volta dos cobradores no transporte público. 

Devido às quedas de arrecadação durante o período de confinamento, as empresas receberam um aporte de R$ 44 milhões da Prefeitura de Belo Horizonte que, à época, argumentou que o valor era referente à antecipação da compra de créditos de vale-transporte para aproximadamente três meses.

Sobre essa transação, Engler avaliou o contrato entre as partes “um tanto quanto estranho”. “É difícil você ver isso que quando ganha, o ganho é das empresas, quando perde, a perda é da prefeitura. Ou seja, do contribuinte. De fato, a gente vai ter que ver os moldes desse contrato, buscar uma readequação, mas não tem solução pronta. Nem sei se a gente consegue sair desse contrato, mas é uma situação atípica. O que a gente pode de fato é exigir o funcionamento integral das linhas de ônibus, o que está previsto no contrato e a prefeitura agora liberou para que as linhas funcionassem em tempo reduzido, com número de ônibus reduzido, isso aumenta a aglomeração, prejudica o comércio, prejudica as pessoas, então o primeiro passo é exigir o cumprimento integral das linhas de ônibus do que está previsto em contrato. Aí depois vamos ter que estudar junto ao corpo jurídico se existe saída para essa solução, que é uma solução onde a prefeitura perde nesse contrato”, afirmou.

O candidato ressaltou que “não tem nada de errado” nos ganhos das empresas por ser o ramo delas, mas que é preciso oferecer um serviço de qualidade para a população de Belo Horizonte.

Sobre a viabilidade de um subsídio na capital mineira, tal como ocorre em São Paulo (onde o Executivo paulistano financia cerca de R$ 2,25 da passagem de R$ 4,30), Engler cogita pensar em médio ou longo prazo, mas não vê possibilidade em um primeiro momento. Isso porque, segundo ele, a capital mineira não está “com dinheiro sobrando” e os esforços financeiros têm de ser na retomada econômica. “Uma questão de subsídio pode ser estudada posteriormente, mas no primeiro momento não se apresenta viável. Acho que é algo que pode ser estudado, pode ser apresentado pra gente ver se é algo que vai de fato trazer um benefício para Belo Horizonte. Subsídio o pagador de impostos está financiando, nada é de graça, não surge do nada, então a gente tem que ver a viabilidade, benefício e o custo que isso vai ter e ver se é algo bom para o nosso município”, concluiu.