Cenário eleitoral

Disputa em Contagem tem articulações de última hora e está praticamente definida

Eleitores do município devem contar com pelo menos 14 candidatos à disputa pela prefeitura, número maior em relação a 2016, quando foram 10 postulantes

Sávio Gabriel
16/09/20 - 19h47

Com o fim do prazo para a realização das convenções, os eleitores de Contagem, na região metropolitana, já têm um cenário praticamente definido para escolherem quem vai governar a cidade pelos próximos quatro anos. A eleição deste ano é marcada por uma maior quantidade de candidatos em relação a 2016 – foram 10 nomes há quatro anos contra ao menos 14 neste ano – e pela tentativa de dois ex-prefeitos do município de retornarem ao comando.

É o caso da deputada estadual Marília Campos (PT) e de Ademir Lucas (Podemos). Ambos já comandaram a cidade por duas ocasiões (a petista entre 2005 e 2012 e Ademir de 1989 a 1993 e de 2001 a 2004). Neste ano, Marília se lança à disputa em uma chapa com Ricardo Faria (MDB), que foi secretário de Turismo durante a gestão do ex-governador Fernando Pimentel (PT). A coligação ainda é formada por PSB, PCdoB e PSD. O PSD, no entanto, nega essa informação (confira a resposta do partido no fim do texto).

No caso de Ademir Lucas, ainda há uma indefinição sobre o vice, e é provável que o posto seja ocupado pelo Democratas. Em nota conjunta, os diretórios do Democratas e do Podemos em Contagem afirmaram que as convenções foram realizadas no dia 14, “com transferência de poderes” para as respectivas executivas municipais “deliberarem quanto à composição da chapa, que a princípio está definida com Ademir Lucas e Felipe Saliba”. A definição, no entanto, sairá até o dia 25.

O vereador Doutor Wellington Ortopedista (Republicanos) vai se lançar à disputa com Maria José Chiodi (Solidariedade) como candidata a vice. Oficialmente, a aliança conta com apoio do PSC, do Democracia Cristã e do Solidariedade. Existe a possibilidade de o grupo também contar com a presença do Avante, mas as articulações ainda estão em andamento e não houve confirmação até a publicação desta matéria. O Partido Verde (PV), que havia apoiado inicialmente a chapa, não compõe mais a aliança.

O vereador Ivayr Soalheiro (PDT) também vai se lançar à disputa, mas ainda não há definição de quem será o vice ou da coligação que vai compor a chapa.

O Partido Novo, do governador Romeu Zema, aposta em uma chapa puro sangue encabeçada pelo empresário Márcio Bernardino e composta ainda pelo médico Marcelo Pereira, que é candidato a vice. A Rede Sustentabilidade também vai se lançar sem coligação, apostando novamente no nome de Kaká Menezes, que já havia disputado a prefeitura em 2016, e Rogério Henrique como candidato a vice.

A candidatura do deputado estadual Professor Irineu (PSL) também foi confirmada, mas ainda não foi batido o martelo sobre quem será o vice. A coligação com o Progressistas, que era ventilada no período de pré-campanha, não será realizada.

Já o Cidadania confirmou o nome do Coronel Alvear Saraiva. É a primeira vez que o militar concorre a um cargo majoritário. Segundo as informações, ainda não há uma coligação definida, mas o Cidadania segue em conversas com o PV e com outras três siglas.

No entanto, o diretório municipal do PV está reunido na noite desta quarta-feira para deliberar sobre se apoia outra chapa ou se lança candidatura própria. Presidente do diretório municipal da sigla em Contagem, Wagner Donato destacou que a orientação nacional do partido é por candidatura própria.

O PTC também decidiu lançar chapa própria à Prefeitura de Contagem. A candidatura será encabeçada por Antonio de Salles Fiuza Gomes, o Coronel Fiuza, com Fernando Menezes Filho, o Fernando Gordo, como vice. A deliberação se deu em convenção realizada no último dia 8.

Outros partidos também estão confirmados na disputa. É o caso do PMN, que lançou Lindomar Gomes como candidato a prefeito e Ingrid Rafaela à vice. Também em chapa pura, o PCO aposta em Sebastião Oliveira e Warlei Rodrigues para prefeito e vice, respectivamente. 

Já o PL e o PRTB coligaram e apostam no nome de Wellington Silveira (PL) para a prefeitura, com Glauco Matias (PRTB) de vice. O PMB lançou o nome de Dulce Joane Sousa Monte, mas ainda não há definição do vice. O PSOL também deliberou por candidatura própria, mas as articulações ainda seguem em aberto para a escolha do nome.

Após a publicação desta matéria, o PSD entrou em contato com a reportagem negando a informação passada pela equipe da deputada Marília Campos de que a sigla estava coligada com o PT na cidade.

Segundo a nota, assinada pelo senador Carlos Viana, que é presidente da sigla em Minas, na convenção realizada no dia 12 de setembro foi delegada à executiva municipal o destino do partido. "O PSD não está fechado com a Coligação do PT, em Contagem, e com nenhuma outra até o momento", informa o parlamentar. "O partido tem nomes com história, experiência de gestão pública a altura da disputa municipal e tem a visão de que Contagem pode muito mais que teve nos últimos 16 anos", acrescenta.

"Estamos somando esforços e ouvindo a população através de pesquisas qualitativas e quantitativas, bem como nos reunindo com as comunidades a fim de entender o que seria a melhor opção para a cidade", complementou Viana, afirmando que até o prazo final dos registros de candidatura haverá uma definição a respeito dos rumos que a sigla vai tomar na cidade.

"O PSD é um dos maiores partidos do Brasil e tem em Minas Gerais 10 deputados, entre federais e estaduais, dois senadores, o prefeito da capital e outros de importantes cidades mineiras, além de uma enorme responsabilidade com a população mineira", reforça a nota enviada.

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