O TEMPO CHECAGEM

É verídico vídeo divulgado por Bruno Engler que mostra igreja em chamas

Candidato do PRTB a prefeito de BH culpou esquerda por incêndio no Chile

Por BERNARDO ALMEIDA
Publicado em 21 de outubro de 2020 | 10:38
 
 
Print da postagem do candidato a prefeito de Belo Horizonte, Bruno Engler Foto: Instagram / Reprodução

É autêntico o vídeo publicado pelo deputado estadual e candidato a prefeito de Belo Horizonte Bruno Engler (PRTB) que mostra a torre de uma igreja em chamas, resultado de um incêndio criminoso, comemorado por manifestantes. O fato ocorreu no último domingo na Igreja da Assunção, em Santiago, no Chile, durante manifestações um ano após os protestos contra o aumento do preço das passagens no país e a uma semana do plebiscito que decidirá sobre a manutenção ou a mudança da Constituição.

Na legenda do vídeo, Bruno Engler acusa a esquerda de incendiar a Igreja no Chile, “grupo que mata o que não consegue converter”. 

“A gente vê de fato a esquerda atacando igrejas, atacando a fé das pessoas, do cristianismo, não só no Chile, no mundo inteiro. E aqui a gente tem candidatos de esquerda que, na hora da campanha, é paz e amor, gosta de todo mundo, mas a gente sabe que a plataforma é de ataque aos cristãos, aos valores conservadores”, afirmou Engler. O incidente também foi mencionado pelo candidato João Vítor Xavier (Cidadania). 

Algumas gravações foram feitas pelos próprios responsáveis por incendiarem tanto a Igreja da Assunção quanto a Igreja de São Francisco de Borja, mas que ainda não foram identificados pelas autoridades chilenas, que estimam que cerca de 30 mil pessoas tenham se reunido na praça da Itália. 

A esquerda chilena liderou o movimento por uma nova constituição no ano passado. O presidente do Chile, Sebastián Piñera, disse que, enquanto “dezenas de milhares de chilenos se manifestaram pacificamente, um direito legítimo, uma minoria de delinquentes desencadeou uma onda de violência, saques e vandalismo, incluindo o incêndio de duas igrejas de alto valor histórico e patrimonial”. Cerca de 580 chilenos foram detidos pelos atos de vandalismo no domingo, dos quais cerca de 300 na região metropolitana de Santiago.

É o que ressalta o professor do Departamento de Ciência Política da UFMG Ricardo Fabrino Mendonça, que estuda protestos contemporâneos, para quem “não é totalmente clara a composição dos protestos atuais, mesmo porque é da natureza de demonstrações contemporâneas aparentar-se de forma mais espontânea e individualizada, o que facilita que atores diversos as ocupem com interesses, perspectivas e visões distintas”, diz. 

Veja a postagem abaixo:

(Com informações de Lucas Henrique Gomes)