São Paulo

Eleições 2020: Candidata defende estatizar transporte e confisco de imóveis

Vera Lúcia, candidata a prefeita de São Paulo pelo PSTU disse que quer a estatização do sistema de transporte público e vai confiscar os imóveis para programas de moradia popular

Por Folhapress
Publicado em 27 de outubro de 2020 | 14:45
 
 
VERA-LÚCIA-PSTUjpg Foto: Divulgação

Candidata pelo PSTU à Prefeitura de São Paulo, Vera Lúcia defendeu "uma alternativa socialista e revolucionária" para a cidade e pregou a destruição do sistema capitalista em sabatina promovida pela Folha de S.Paulo, em parceria com o UOL, nesta terça-feira (27).

Ela disse que, se eleita, vai tomar iniciativas como a estatização do sistema de transporte público e confiscará os imóveis hoje usados na especulação imobiliária para destiná-los a programas de moradia popular. Além disso, falou que deixará de pagar a dívida pública do município.

"Precisamos nos organizar em conselhos populares e criar condições para destruir o sistema capitalista, que é o maior genocida", afirmou Vera.
As propostas da socióloga e dirigente sindical para a cidade são semelhantes às apresentadas por ela em 2018, quando concorreu à Presidência da República -terminou em 11º lugar, com 55 mil votos (0,05% do total).

Fundadora do PSTU, Vera também é a presidente do partido em Sergipe. Criada em Aracaju, ela disse morar na capital paulista há três anos.
A candidata buscou se diferenciar de outros candidatos de esquerda, como Guilherme Boulos (PSOL), Jilmar Tatto (PT) e Orlando Silva (PC do B).

Todos eles, na visão dela, pregam medidas que dependem do sistema capitalista, o que ela considera um erro.

"Tatto diz que acabou com a máfia dos transportes, mas a máfia permanece [...]. A máfia do transporte termina quando você estatiza o transporte público", disse Vera, que também propõe que o Estado assuma diretamente serviços como educação e saúde.

Para isso, ela defende o fim de contratos com OSs (organizações sociais) que hoje são responsáveis pelo atendimento em algumas áreas.

A candidata afirma que os recursos para bancar suas propostas, que envolvem maior peso do Estado na oferta de serviços, viriam de decisões como a cobrança compulsória do pagamento de dívidas que grandes empresas e bancos tenham com a prefeitura.

"Primeiro nós vamos tirar dos grandes empresários, retirar [o peso] das costas da classe trabalhadora [...].

Entre suas bandeiras de campanha, está um complemento do auxílio emergencial para atingir o valor de R$ 1.163, contemplando os paulistanos que já recebem o benefício do governo federal.

Durante a sabatina, Vera também disse que criará um plano emergencial de obras públicas para gerar emprego e renda na crise pós-pandemia.