Propostas

Eleições em BH: João Vítor propõe plano municipal sobre uso de álcool e drogas

Candidato do Cidadania diz que há uma 'pandemia de drogas' em Belo Horizonte e defende uma discussão sobre o tema ainda na primeira infância

João Vítor Xavier é o candidato com maior tempo de horário eleitoral gratuito | Foto: Fred Magno/O Tempo
Sávio Gabriel
20/10/20 - 16h30

O deputado estadual João Vítor Xavier (Cidadania), que disputa a Prefeitura de Belo Horizonte, propõe uma ação integrada para conscientização a respeito dos efeitos causados pelo uso do álcool, do cigarro e de outras drogas na capital. Na avaliação do postulante, existe uma pandemia do uso de drogas na cidade, que atinge pessoas em diversas classes sociais. Caso eleito, o candidato vai elaborar um plano municipal sobre o tema, em articulação com o Conselho Municipal de Políticas sore Drogas, introduzindo a discussão do assunto já na primeira infância.

“A prefeitura precisa encarar essa questão com a gravidade que ela tem. Hoje nós temos uma pandemia do uso de drogas em Belo horizonte, em todas as classes: desde o milionário até, infelizmente, o morador em situação de rua; temos uma pandemia de droga na nossa sociedade”, diz, pontuando que em uma eventual gestão sua vai focar em ações para o tratamento da dependência.

“Nós temos que dar o caminho para aqueles que não têm condição especial de se tratar, (fazer) convênios com entidades que tratam dependentes químicos, igrejas, associações, todo tipo de entidade que possa ajudar e dar a mão”, complementa.

O parlamentar ressalta que as gerações passadas cresceram com a “glamourização” do cigarro. “Crescemos numa geração há 30 anos em que o cigarro era glamourizado, havia propagandas na TV. Hoje estamos vivendo uma sociedade em que o álcool está sendo glamourizado. É a música do ‘vou beber até cair, até desmaiar... vou beber, vou beber’”, disse o candidato do Cidadania, afirmando que esse cenário não contribui para uma sociedade positiva.

Com isso, João Vítor Xavier defende que a discussão sobre os efeitos causados pelo uso dessas substâncias aconteça cada vez mais cedo na rede municipal de ensino. “Essas questões precisam ser discutidas do ponto de vista da educação pública, levando para os meninos desde muito cedo, na escola, que o caminho do álcool, do tabaco, da bebida alcoólica não é positivo, dos males e dos danos que isso traz para a sociedade. Vamos implantar desde a primeira a infância a discussão dessas temáticas”, reforça.

A ideia é que o assunto seja discutido em campanhas publicitárias da prefeitura. “O enfrentamento a essa questão é muito séria. As crianças, e quando falo criança, digo (com idade de) 12, 13, 14 anos que estão aprendendo a beber a fumar cada vez mais cedo”, explica, afirmando que esse cenário “tira alegria dos pais e a saúde das pessoas ao longo da vida”. “Eu já tive ações nos meus mandatos parlamentares voltados a essa área, e quero tratar e discutir essa questão como prefeito de Belo Horizonte com a seriedade que ela tem”, complementa.

Rejeição. De acordo com a pesquisa Datatempo/CP2, encomendada pela Sempre Editora, o segundo argumento citado pelos entrevistados para rejeição à candidatura de João Vítor Xavier é o modo de ele fazer campanha. Nas redes sociais, há diversos comentários de pessoas demonstrando insatisfação com o tom adotado pelo candidato. Os argumentos são de que a campanha de João Vítor foca em críticas ao atual prefeito Alexandre Kalil (PSD).

Sobre o resultado da pesquisa, o postulante afirmou que “cada um tem sua opinião e eu respeito muito”. “Agradeço a todas as informações de pesquisa, mas não discuto. Pesquisas, nas últimas eleições, foram muito pouco assertivas”, disse, informando que não comenta os números independentemente do cenário (se favorável ou não). “Pesquisa cada um tem a sua. Eu tenho a minha interna da campanha e respeito muito todas”. 

 

Fortalecimento do serviço de assistência social

Ainda no que tange ao combate às drogas, uma eventual gestão de João Vítor em Belo Horizonte também vai fortalecer os serviço especializado em abordagem social e o consultório de rua. Conforme defende em seu plano de governo, o candidato pretende fazer isso em articulação com outras áreas para o desenvolvimento de ações junto aos usuários de álcool, tabaco e outras drogas.

A ideia, nesse caso, é integrar essas pessoas à Rede de Atenção Psicossocial. Na prática, João Vítor reforça que a ideia será replicar o modelo adotado pela prefeitura de Vitória, no Espírito Santo, conforme o candidato adiantou na última semana. “Nós vimos o trabalho muito bem-feito e bem sucedido (feito) pela prefeitura de Vitória, onde (a abordagem) ao dependente químico, de álcool e droga é individualizada. Você compreende o que levou a pessoa àquela situação para aplicar aquele que é o melhor caminho para a pessoa sair daquilo ali”, explica.

Diálogo com a segurança

Na tarde desta terça-feira (20), João Vítor e seu candidato a vice, Leonardo Bortoletto (DEM) participaram de uma reunião com representantes da segurança pública. Eles estiveram na Cooperativa dos Servidores da Defesa Social (Coopsesp). “É mais um setor da sociedade reclamando da falta de diálogo. Disseram que pediram várias oportunidades (de reunião) com o atual prefeito e que não foram recebidos, apontando que isso faz mal, atrapalha e prejudica a cidade”, afirmou João Vítor.

Nesse cenário, o parlamentar defendeu um maior diálogo com a categoria em uma eventual gestão sua. “Não houve a apresentação (por parte dos servidores) de um pleito específico. Apresentaram o objetivo de dialogar e de falar sobre a cidade. As pessoas vivem, gostam de Belo Horizonte e querem ajudar a cidade”.