Candidato à Prefeitura de São Paulo pelo Novo, o empresário Filipe Sabará enviou ao Tribunal Superior Eleitoral um pedido de retificação da declaração de bens feita anteriormente.
No documento que enviou em 19 de setembro, Sabará declarou R$ 15.686 em bens. Filiados do Novo passaram a criticar o que viram como falta de transparência do candidato, que é herdeiro do Grupo Sabará, gigante da indústria química voltada à fabricação de cosméticos, com faturamento acima de R$ 200 milhões em cada um dos últimos anos.
Em retificação enviada em 21 de setembro, declarou ter, na verdade, R$ 5,1 milhões, divididos entre ações de uma empresa de cosméticos (R$ 5 milhões), aplicações e valores em conta. Na declaração original, as ações da empresa estavam avaliadas em R$ 8.000.
Em documento enviado ao Tribunal Regional Eleitoral, o advogado de Sabará, Ricardo Stella, atribuiu a diferença de valores a "um lapso".
A assessoria de imprensa de Sabará afirma, por meio de nota, que a declaração de bens "foi atualizada para constar, além da informação do seu Imposto de Renda, a avaliação de mercado de sua empresa, bem como seus investimentos atualizados. A informação correta foi protocolada na segunda-feira (21) e aguarda atualização no site do TSE."
O candidato virou alvo de críticas no partido nas últimas semanas após ter declarado, em entrevista, que Paulo Maluf foi o melhor prefeito que São Paulo já teve. Nas redes sociais, foi repreendido por João Amoêdo, fundador do partido, e então recuou da opinião inicial.
"A citação de um político corrupto como exemplo de gestão é inadmissível. O 'rouba mas faz' fere frontalmente os valores e princípios do Novo", escreveu Amoêdo. "Essa prática não pode ser endossada por ninguém do partido. Espero que o Diretório Municipal de SP tome as providências cabíveis", completou.