Mesma equipe

Kalil convida todos secretários a permanecerem nos cargos no segundo mandato

Martelo ainda não está batido se Fuad Noman, vice-prefeito eleito, voltará a ser secretário de Fazenda

Por Pedro Augusto Figueiredo
Publicado em 17 de novembro de 2020 | 06:00
 
 
Alexandre Kalil Foto: Divulgação / Coligação Coragem e Trabalho

O prefeito reeleito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), não deve promover mudanças na equipe de secretários da prefeitura visando seu próximo mandato, que começa em janeiro de 2021. Esta é a tendência um dia após a eleição.

No domingo (15) à noite, logo após realizar o discurso de vitória na praça Marília de Dirceu, Kalil retornou ao seu apartamento e convocou todos os secretários para uma reunião na Prefeitura de Belo Horizonte na tarde de segunda-feira (16).

Durante o encontro, ele reforçou o convite para que todos os secretários permaneçam em seus cargos durante o próximo mandato dele. Nas últimas semanas, Kalil já havia revelado o plano de manter a equipe atual caso fosse reeleito.

“Eu já convidei a minha equipe a continuar porque eu não fiz nada, absolutamente nada sozinho. Eu fui muito ajudado, fui carregado por esses secretários, esses funcionários, servidores, que foram muito legais comigo nesses quatro anos”, disse o prefeito em uma coletiva de imprensa após um compromisso de campanha.

A Prefeitura de Belo Horizonte tem 16 secretarias ou pastas com status equivalente e 15 secretários. Adriana Branco, nome de confiança de Kalil, acumula duas áreas: ela é secretária de Assuntos Institucionais e Comunicação e também é secretária de Governo. Branco foi exonerada a pedido no início de outubro para poder trabalhar na campanha à reeleição. Com o fim do pleito, a expectativa é que ela retorne às secretarias.

Na campanha, Kalil disse que sua intenção é que o vice-prefeito de Belo Horizonte a partir do ano que vem, Fuad Noman, volte a atuar como secretário de Fazenda, função que exerceu entre 2017 e o início deste ano, quando deixou o cargo para poder concorrer nestas eleições. A ideia do prefeito é extinguir o gabinete do vice e os respectivos cargos comissionados.

No entanto, o martelo ainda não está batido. Kalil e Fuad Noman ainda não conversaram sobre o assunto, o que deve acontecer depois que Noman voltar da semana de férias que tirou após o resultado de domingo. Desde o fim de maio, a Secretaria da Fazenda é comandada por João Antônio Fleury Teixeira, que atuou como secretário-adjunto de Fuad Noman na pasta.

Durante o período eleitoral, alguns dos secretários municipais compareceram a eventos de campanha. Foi o caso do secretário de Saúde, Jackson Machado, da secretária de Educação, Ângela Dalben, da secretária de Política Urbana, Maria Caldas, e da secretária de Assistência Social, Maíra Colares.

Dalben e Caldas, inclusive, falaram sobre projetos de suas pastas para o futuro, dando pistas de que continuariam nos cargos caso Kalil fosse reeleito. A primeira tratou do plano pedagógico que está sendo desenhado para compensar o tempo que as escolas ficaram fechadas por causa da pandemia; já Caldas disse que sua pasta está preparando projetos de lei para que as bancas de jornais de Belo Horizonte possam ser utilizadas para outras atividades econômicas, como floricultura e salão de beleza.

Diante deste cenário, a tendência é que eventuais mudanças, se ocorrerem, sejam pontuais. Em setembro, por exemplo, o procurador geral do município, Castellar Guimarães Filho, entregou uma carta pedindo demissão. À época, a Prefeitura de Belo Horizonte informou que Kalil não havia aceitado o pedido e Castellar continuou no cargo. 

A reportagem ligou para seu escritório para saber se ele continuará como procurador em 2021. Foi dito que ele retornaria o contato, o que não aconteceu. Castellar Guimarães Filho participou da reunião na tarde desta segunda-feira (16), o que sugere que ele permanecerá no cargo.

Cargo de Adalclever Lopes ainda não está definido

Apesar de ter sido convidado publicamente por Alexandre Kalil para voltar à Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), ainda não há uma definição do cargo que Adalclever Lopes ocupará na administração municipal. Entre fevereiro e outubro de 2019, ele teve um cargo na PBH, atuando como uma espécie de articulador, fazendo a ponte com outras entidades do setor público e da sociedade civil.

Ex-presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), Lopes foi coordenador político da campanha de reeleição de Kalil, tendo atuado na costura de alianças de apoio à candidatura do prefeito de Belo Horizonte.

Uma possibilidade é que ele se torne secretário de Governo. Apesar de ser ocupada por Adriana Branco, na prática, a Secretaria de Governo está desativada desde outubro de 2018 quando Alexandre Kalil, após se sentir traído pelo vice-prefeito Paulo Lamac, o demitiu do cargo de secretário de Governo, exonerou 106 indicados pelo vice e não realizou novas nomeações para substituí-los. 

Na ocasião, havia um acordo para ambos apoiarem a reeleição do então deputado estadual Iran Barbosa. Descumprindo o que teria sido combinado, Lamac também fez campanha para a candidata à deputada estadual, Ana Paula Siqueira, que foi eleita.

Desde então, a interlocução com a Câmara Municipal de Belo Horizonte tem sido feita pelo líder do governo, Léo Burguês (PSL), em conjunto com os próprios secretários, conforme com o tema. A reforma da Previdência, por exemplo, foi tratada pelo secretário de Planejamento, André Reis.