Atual gestão

Kalil reclama de promessas feitas por candidatos que já estão sendo cumpridas

Prefeito afirma que parcerias com o setor privado já foram feitas na saúde; melhora na internet e mais tecnologia nas escolas estão em andamento

Por Gabriel Moraes
Publicado em 15 de outubro de 2020 | 11:14
 
 

Em campanhas eleitorais municipais, é comum candidatos criticarem a gestão dos atuais prefeitos, principalmente quando estes concorrem à reeleição – e em Belo Horizonte, neste ano, não é diferente. No entanto, certas promessas têm irritado o mandatário Alexandre Kalil (PSD), pois, segundo ele, algumas já foram cumpridas por ele ou estão em fase de criação.

Um exemplo disso é a proposta, por parte de João Vítor Xavier (Cidadania), de Parcerias Público Privadas (PPPs) na saúde. Sua ideia é que elas sejam firmadas para a construção e reforma de unidades de atendimento à população.

Em contrapartida, a campanha de Kalil afirma que o modelo já está sendo implementado na capital. "No dia 29 de março de 2019, a Prefeitura de Belo Horizonte iniciou a Parceria Público Privada (PPP) para a reconstrução de 40 Centros de Saúde na cidade. No dia 2 de janeiro de 2020, a população já passou a utilizar o novo Centro de Saúde Cabana, no bairro Cabana do Pai Tomás, na região Oeste", informa.

"Estão em andamento, em fase adiantada, as obras de mais de 12: Itaipu/Vale do Jatobá, Lajedo, Boa Vista, Serra Verde, Coqueiros, Copacabana, Vitória II, Santa Mônica, Conjunto Paulo VI II, Aarão Reis, Piratininga e Carlos Renato Dias", completa.

Uma outra proposta rebatida pelo atual prefeito seria uma feita pelo candidato Marcelo Souza e Silva (Patriota). O líder lojista afirmou que pretende implantar disciplinas tecnológicas nas escolas municipais da capital, caso seja eleito, como aulas de robótica e programação – medida também foi comentada por Wanderson Rocha (PSTU), que prometeu melhorar o acesso à internet, tanto por estudantes quanto por professores.

Conforme Kalil, isso está dentro do planejamento atual, mas assumiu que é uma promessa sua de campanha. "Isso é o seguinte. Nós estávamos conversando com o pessoal da Prodabel (Empresa de Informática e Informação do Município de Belo Horizonte). Isso é igual ter uma aula de capoeira. Tem natação, tem capoeira e tem tecnologia da informação. O que nós precisávamos?  Nós precisávamos de wi-fi e internet. Já tem em todas as escolas municipais de Belo Horizonte", disse.

"Então, nós estamos prontos para dar esse passo muito rápido, porque o mais difícil já está feito. Isso vai ser feito. É uma promessa de campanha, sim. É claro que não sabemos se vamos conseguir universalizar isso, mas isso é uma promessa de campanha. Primeiro tínhamos que colocar internet e wi-fi em todas as escolas. A primeira coisa, que era o mais difícil, agora já acabou. Então, só pra você ter uma ideia: hoje, nós já treinamos 1.020 crianças (em cursos de programação).  Então, o que eles falarem que vão fazer, já está sendo feito", concluiu.

Voltando à área da saúde, um ponto defendido por alguns candidatos, como Rodrigo Paiva (Novo), é a telemedicina, com a implementação do prontuário eletrônico – onde o médico terá acesso a todos os exames já feitos pelo paciente.

Segundo Kalil, a informatização já está pronta, precisando apenas ser finalizada. "A gente fala pouco, mas a prefeitura está toda informatizada. O que eles estão falando que vão fazer, não vão não porque já está pronto. Nós vamos só acabar. Belo Horizonte vai ser a maior cidade do Brasil a ter os prontuários médicos por TI (Tecnologia da Informação). A pessoa foi ali no primário e fez o prontuário médico se ela precisar, Deus me livre, de uma cirurgia eletiva lá no (Hospital do) Barreiro, o prontuário dela está lá pronto. É uma revolução silenciosa. A Prodabel não tem volta. Ela é agora formadora de mão obra e incrementadora de TIs", afirmou o atual chefe do Executivo.

Habitação

A respeito de promessas relacionadas a habitação, como construção de moradias populares, Alexandre Kalil não afirma que já fez com êxito e nem promete: ele explica que esse é um problema de ordem federal. "Isso não é problema municipal. Isso existe um programa federal, chama 'Minha Casa, Minha Vida'. Agora mudou de nome. A prefeitura não tem a menor condição de atacar esse problema. Esse é um problema federal que tem que ser resolvido pelo governo federal", diz.

"Apesar da gente ter entregue aí 3.000 mil, 2.600 unidades (utilizando)do fundo que a gente de (habitação). Nós tiramos aquele lixão lá do Cabana do Pai Tomás e fizemos casa. Quem resolve problema de moradia no Brasil é o governo federal. O resto é demagogia. O resto é mentira", explica.