Eleições em BH

Nilmário afirma que campanha quer reconquistar a base: 'tirar o petista da toca'

Nesta quinta-feira (22), pelo terceiro dia consecutivo, o candidato fez 'corpo a corpo' e abordou trabalhadores na porta de empresas de Belo Horizonte onde reforçou discurso pelos direitos trabalhistas

Por Franco Malheiro
Publicado em 22 de outubro de 2020 | 17:58
 
 

Abordagem muito presente em campanhas petistas da década de 1990 e começo dos anos 2000, o “corpo a corpo” com funcionários na porta de empresas e fábricas vem sendo retomado pelo candidato do Partido dos Trabalhadores (PT) Nilmário Miranda, na corrida à Prefeitura de Belo Horizonte.   

Na manhã desta quinta-feira (22), o ex-ministro dos Direitos Humanos abordou funcionários na porta da siderúrgica Mannesmann e depois na entrada da agência de call center AlmaViva Brasil, ambas na região do Barreiro. O candidato, acompanhado da candidata à vice-prefeita Luana de Souza (PT) e de candidatos a vereadores pelo PT, pediu votos aos trabalhadores que chegavam para o expediente, e apresentou propostas de governo.  
 
É o terceiro dia consecutivo que o petista cumpre agenda desta natureza. Embora sejam abordadas nelas muitas pautas que fogem da alçada municipal, de acordo com o candidato, esses compromissos fazem parte de uma das estratégias de sua campanha: “tirar o petista da toca”, como ele mesmo descreveu.  

“Houve uma criminalização tão grande do PT, que teve uma época que o petista não usava roupa vermelha, não usava a estrelinha com medo de ser agredido devido à essa narrativa de um PT fantasmagórico criada para desqualificar as propostas do partido. O que queremos com essas abordagens é mostrar para os trabalhadores e trabalhadoras que sempre votaram na gente que o partido ainda está vivo, com força e tem candidato para continuar fazendo muito por eles e pelas pessoas mais pobres em Belo Horizonte”, ressaltou. 

Nilmário afirmou que sua campanha objetiva também reforçar o discurso em prol dos direitos trabalhistas e da população mais pobre. 

“É necessário esse espírito no trabalhador e também o desejo de lutar pelos seus direitos para enfrentarmos o que eu digo que serão os piores anos do século: o pós pandemia. Já havia uma crise de precarização do trabalho, de desemprego, de informalidade, de perda de renda, agora piorou com o governo Bolsonaro e com a pandemia voltamos ao mapa da fome, com 10 mil pessoas em situação de rua em Belo Horizonte”, afirmou. 

Fortalecimento de bancada

De acordo com o petista, a campanha do partido busca também fortalecer os quadros da legenda na Câmara Municipal de Belorizonte para ajudar na construção dos projetos. 

“Nós queremos recuperar uma bancada de vereadores, torço para que demais partidos de esquerda e progressistas também tenham boas bancadas,  para dar um equilíbrio na Câmara. Então nossa campanha tem também esse objetivo pedagógico, de trazer nossa memória e mostrar para a população que o partido sempre esteve do lado dela”, completou.  

Sobre o antipetismo e perda de espaço eleitoral do PT em suas bases, candidado afirmou que a legenda sempre teve um alto índice de rejeição durante sua história, mas “nos últimos anos a aversão saiu do diálogo e entrou no campo do ódio e isso ajudou a afastar a legenda de sua base”. 

“A novidade é que agora tem uma direita selvagem que faz política com ódio e com desqualificação do outro. O que eu sempre fui contra. Para mim, política sempre será uma disputa de projetos, de quem tem melhores propostas para a população”, completou.