Saúde

Bebê que dorme no quarto dos pais corre menor risco de morrer 

Orientação é que o recém-nascido fique de barriga para cima, no próprio berço

Seg, 31/10/16 - 02h00

PARIS, FRANÇA. Os recém-nascidos deveriam dormir no mesmo quarto que seus pais, mas no próprio berço, para reduzir os riscos de mortalidade relacionada ao período de sono, como a Síndrome da Morte Súbita do Lactente (SMSL), segundo novas recomendações da Academia Americana de Pediatria (AAP).

Essa prática deve ser realizada pelo menos durante os seis primeiros meses de vida e, se possível, até o bebê completar 1 ano, afirmou a associação médica, que observou que colocar a criança para dormir no quarto dos pais reduz em até 50% o risco de morte súbita.

O relatório foi apresentado na semana passada na conferência anual da AAP, que é realizada em São Francisco, na Califórnia, e foi publicado no site da revista “Pediatrics”. Trata-se da primeira atualização das recomendações da AAP desde 2011 para criar um ambiente de sono mais seguro para os lactentes.

“Sabemos que os pais podem se ver extenuados com a chegada de uma criança ao mundo e queremos proporcionar-lhes um guia claro e simples sobre a forma e o lugar para eles dormirem”, explica Rachel Moon, autora principal das recomendações.

Cerca de 3.500 bebês morrem em suas camas a cada ano nos EUA, devido principalmente à SMSL e à asfixia acidental.

Posição. O relatório da AAP recomenda deitar os bebês de barriga para cima em uma superfície firme no berço, coberta com um lençol bem esticado, assim como evitar cobertores, travesseiros ou bichinhos de pelúcia que possam cobri-los e gerar calor excessivo.

Os bebês correm maior risco de morte súbita entre o primeiro e o quarto mês de vida, mas novos estudos mostram que cobertores, travesseiros e outros objetos moles são perigosos inclusive para os bebês maiores de quatro meses, afirma a AAP.

Os estudos também mostram que colocar o bebê para dormir de barriga para cima reduziu em 53% a mortalidade por SMSL entre 1992 e 2001.

Contato. Em suas novas recomendações, os pediatras norte-americanos insistem também na importância do contato físico entre a mãe e o recém-nascido imediatamente após o nascimento, independente do tipo de parto. Com isso, o bebê é mais feliz e sua temperatura corporal é mais estável e normal, assim como seu ritmo cardíaco, afirmam os médicos.

O contato com a pele da mãe faz com que o recém-nascido conviva com as mesmas bactérias e desenvolva, assim, seu sistema imunológico, reduzindo alergias.

Flash

Terapia. Os pais envolvidos na pesquisa sobre autismo participaram de 12 sessões de terapia durante um semestre, seguidas de sessões mensais no semestre seguinte. Além disso, eles se comprometeram a desempenhar de 20 a 30 minutos diários de comunicação planejada e atividades recreativas com seus filhos.

Mãe e filho

Pós-parto. O Ministério da Saúde publicou uma portaria, há uma semana, que recomenda que mãe e bebê não sejam separados por pelo menos 24 h após o parto e sejam mantidos em alojamento conjunto.

 

Crianças

Treinamento dos adultos pode reduzir sintomas do autismo

PARIS. O treinamento intensivo dos pais de crianças autistas, para que eles aprendam formas de ajudar no desenvolvimento dos filhos em seus primeiros anos de vida, pode reduzir bastante a severidade do distúrbio ao longo dos anos. Essa é a principal conclusão de um grande estudo sobre o assunto, publicado na semana passada pela revista “The Lancet”.

O trabalho, liderado por pesquisadores da Universidade de Manchester, do King’s College London e da Universidade de Newcastle, todas no Reino Unido, foi o primeiro a analisar os efeitos em longo prazo das intervenções precoces em pacientes com autismo. Os resultados mostram que crianças beneficiadas com uma intervenção entre 2 e 4 anos de idade apresentaram, seis anos depois, melhorias substanciais na comunicação interpessoal e redução de comportamentos repetitivos.

Interação. A intervenção precoce utilizada no estudo, chamada de “Preschool Autism Communication Trial” (Pact, algo como “experimento comunicacional com o autismo na fase da pré-escola”), trabalha diretamente com os pais e envolve, por exemplo, a exibição de vídeos.

Os responsáveis são filmados enquanto interagem com as crianças. Depois, eles assistem às gravações ao lado de um terapeuta, que dá uma série de conselhos com base nas imagens.

Nas observações, os terapeutas apontaram, por exemplo, eventuais oportunidades de interação perdidas pelos pais. Eles também frisaram a importância de, às vezes, esperar um pouco, dando tempo à criança para se comunicar, e de, em certos momentos, comentar em vez de perguntar, uma vez que a pergunta gera pressão por uma resposta.

A pesquisa analisou 152 famílias com crianças autistas de 2 a 4 anos. O autismo afeta aproximadamente uma entre cem pessoas.

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