Neurologia

Cérebro pode prever quem são seus amigos de verdade, diz estudo

Pessoas mais próximas tendem a reagir de forma semelhante

Ter, 13/03/18 - 03h00
“Friends”. Cientistas preveem os verdadeiros amigos ao avaliar respostas neurais deles ao verem os mesmos vídeos | Foto: NBC / DIVULGAÇÃO

Cientistas da Universidade de Darmouth, nos EUA, descobriram que o cérebro é capaz de prever amizades, uma vez que amigos tendem a reagir de forma mentalmente semelhante. O estudo, publicado no jornal acadêmico “Nature Communications”, procurou explorar como a função cerebral está envolvida no processo de criação dessas relações, observando as respostas neurais, ou seja, avaliando o grau de atividade elétrica causada por estímulo externo na mente dos participantes.

Para realizar o experimento, 280 estudantes deveriam visualizar vídeos com temas sobre política, ciência, comédia e música. Cada participante recebeu as mesmas instruções e assistiu aos mesmos vídeos, em sequência repetida. A equipe levou em consideração o conhecimento e o relacionamento dos alunos uns com os outros, com base em laços sociais mutuamente relatados antes do estudo.

Em seguida, os pesquisadores observaram como as imagens afetavam o cérebro por meio de exames de ressonância magnética funcional – método não-invasivo para medir os níveis de oxigenação no cérebro, revelando seu nível de atividade.

Depois de concluir os testes, os pesquisadores compararam as leituras de ressonância para determinar se os estudantes que eram amigos tinham respostas neurais mais parecidas com as daqueles que eram colegas ou apenas se conheciam. Os resultados revelaram uma quantidade significativa de informações cognitivas anteriormente desconhecidas para a comunidade científica e pessoas comuns. Na verdade, os indivíduos que são amigos são mais propensos a terem respostas neurais semelhantes aos vídeos exibidos do que aqueles que não são. Curiosamente, os pesquisadores também conseguiram usar as informações coletadas para prever não só se duas pessoas eram amigas, mas também se o nível de amizade era forte.

Impacto. A autora principal do estudo, Carolyn Parkinson, atual diretora do Laboratório de Neurociências Computacionais da universidade, falou sobre a descoberta ao site “Bustle”. “Os nossos resultados sugerem que os amigos processam o mundo à sua volta de forma excepcionalmente similar”, disse.

De acordo com Thalia Wheatley, coautor do estudo, esse é um passo importante no campo da psicologia social, pois oferece uma visão profunda sobre a importância da interação humana. “Somos uma espécie social e vivemos nossas vidas conectadas a todos. Se queremos entender como o cérebro humano funciona, precisamos entender como os cérebros trabalham em combinação – como as mentes se moldam mutuamente”, explicou ao site “Bustle”.

Flash

Harmonia. “Os nossos resultados sugerem que os amigos processam o mundo à sua volta de forma excepcionalmente similar”, afirmou a autora principal do estudo, Carolyn Parkinson,

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