Saúde

Crianças que praticam atividades físicas se saem melhor na escola 

Longo estudo aponta benefícios das brincadeiras de pular e correr

Seg, 20/10/14 - 03h00
Crianças. Estimular meninos e meninas a correr, perseguir uns aos outros ou chutar bolas aumenta a capacidade de pensar | Foto: Sarah DeVries/stockxpert

Nova York, EUA. Estimular meninos e meninas a correr, pular, gritar, saltitar, perseguir uns aos outros ou chutar bolas aumenta substancialmente sua capacidade de pensar, segundo o mais ambicioso estudo já realizado sobre atividades físicas e desempenho cognitivo em crianças. Os resultados destacaram a importância da atividade física para a saúde e o desenvolvimento do cérebro, especialmente as habilidades de pensamento que mais afetam o desempenho acadêmico.

Para o estudo, publicado em setembro na “Pediatrics”, pesquisadores da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, abordaram administradores de escolas fundamentais públicas em comunidades próximas e perguntaram se eles poderiam recrutar crianças de 8 e 9 anos para um programa de exercícios após as aulas.

Os pesquisadores se perguntaram se exercícios regulares poderiam aprimorar as habilidades da função executiva (ou o processo de planejar e organizar seu pensamento) em crianças, proporcionando um impulso ao desenvolvimento mental.

Eles chamaram 220 crianças e as levaram à universidade para mensurar, por meio de testes, sua aptidão aeróbica e funcionamento executivo. Então os pesquisadores dividiram o grupo, colocando metade das crianças numa lista de espera para o programa e usando-as como um grupo de controle. Os outros 110 meninos e meninas foram levados todas as tardes para a universidade, onde participavam de atividades estruturadas.

“Queríamos que eles brincassem”, explicou Charles Hillman, professor de cinesiologia e saúde comunitária que liderou o estudo.

Monitoramento. Usando monitores cardíacos e pedômetros, as crianças foram orientadas a praticar atividades divertidas como pega-pega, e aprenderam habilidades como realizar dribles com uma bola de futebol. Cada sessão de duas horas também incluía um período de descanso antes da retomada das atividades, já que as crianças naturalmente se cansam após algum tempo. O programa durou um ano letivo completo, com sessões diárias após as aulas durante nove meses.

No fim do programa, os dois grupos – o ativo e o de controle – retornaram à universidade para repetir os testes físicos e cognitivos. Conforme o esperado, as crianças no grupo de exercícios estavam mais fisicamente aptas do que as demais.

“A mensagem é: faça as crianças serem fisicamente ativas para o bem de seus cérebros e de sua saúde”

Charles Hillman - Pesquisador


Flash

Diferença. As crianças no grupo de controle também melhoraram suas avaliações em testes, mas em menor extensão. Ou seja, os cérebros das crianças nos dois grupos estavam se desenvolvendo, mas o processo foi mais rápido e abrangente para as crianças ativas.

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