Vírus

Fapesp cria biossensor para diagnóstico rápido e preciso do zika

Com apenas uma gota de urina do paciente é possível fazer o teste e a presença da molécula viral se torna visível em gráficos na tela de um computador

Qua, 19/06/19 - 14h47
Método desenvolvido no Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais – um CEPID da FAPESP – detecta o patógeno em amostras de urina sem reação cruzada com o vírus da dengue | Foto: imagem: CDMF

Uma tecnologia de baixo custo para diagnosticar de forma rápida e precisa o vírus zika foi desenvolvida por pesquisadores ligados ao Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF), um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) apoiado pela Fapesp e sediado na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).

Resultados da pesquisa foram publicados nas revistas Scientific Reports e Talanta.

O grupo, liderado por Talita Mazon, do Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer, em Campinas, desenvolveu um biossensor portátil, econômico e simples de usar – ideal para aplicações no ponto de atendimento. O custo estimado do dispositivo é de R$ 450.

Uma placa de circuito impresso comumente usada em aparelhos eletrônicos foi modificada pelos cientistas, que elaboraram um compósito de óxido de zinco e grafeno para imobilizar um anticorpo contra a proteína NS1 do zika em um eletrodo. A placa biossensora mostrou alta sensibilidade e seletividade para a proteína-alvo.

Com apenas uma gota de urina do paciente é possível fazer o teste e a presença da molécula viral se torna visível em gráficos na tela de um computador ou de um equipamento portátil, como um telefone celular.

Segundo Mazon, o importante é que o biossensor consegue distinguir o zika do vírus da dengue. As duas espécies aparentadas produzem proteínas semelhantes e a maioria dos testes existentes pode dar resultados falsos positivos e falsos negativos, comprometendo o tratamento. “Conseguimos identificar o zika desde o primeiro até o oitavo dia da infecção", disse a pesquisadora à assessoria de comunicação do CDMF. 

O centro também recebe financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) por meio do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia dos Materiais em Nanotecnologia (INCTMN).

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