Redes sociais

Jovem não sabe distinguir notícia falsa, diz estudo

Estudo da Universidade Stanford definiu como ‘lamentável’ a capacidade de processar informações

Sex, 25/11/16 - 02h00
Maioria não sabe diferenças entre notícias e conteúdos patrocinados | Foto: Drew Angerer/AFP - 11.7.2016

Stanford, EUA. Apesar de constituírem a geração mais familiarizada com as novas tecnologias de comunicação, crianças e jovens são, no geral, inábeis em diferenciar notícias produzidas por fontes confiáveis de anúncios e informações falsas na internet.

Um estudo da Universidade Stanford definiu como “lamentável” a capacidade que jovens têm de processar informações encontradas nas redes sociais. Para elaborar o relatório, foram realizados testes com 7.804 estudantes de instituições de ensinos fundamental, médio e faculdades ao longo de 18 meses em 12 Estados norte-americanos.

“Muitas pessoas acreditam que os jovens, por estarem bem ambientados nas mídias sociais, têm perspicácia para compreender o que encontram ali”, afirmou Sam Wineburg, pesquisador que liderou o estudo. “Nosso trabalho mostra que o oposto disso é verdadeiro”, disse.

Em um dos testes conduzidos na pesquisa, os estudantes eram estimulados a identificar os elementos que apontam a confiabilidade de informações a partir de chamadas, no site de uma revista, para notícias, anúncios tradicionais e conteúdo patrocinado.

A maioria dos jovens obteve sucesso em diferenciar as chamadas para notícias de anúncios tradicionais. O estudo indicou, porém, que 80% eram incapazes de apontar diferenças nas chamadas para notícias e para conteúdos patrocinados, apesar de o portal explicitar quando uma reportagem havia sido comprada por anunciantes.

Em outro experimento, os estudantes deveriam analisar uma publicação que mostrava uma foto de flores supostamente modificadas geneticamente por exposição à radiação da usina nuclear de Fukushima, danificada por um tsunami em 2011.

A publicação não tinha fonte conhecida, não apresentava indícios de que a foto havia sido tirada perto da usina japonesa e nem tinha evidências de que as deformações nas flores haviam sido de fato provocadas por radiação. Ainda assim, quase 40% dos jovens afirmaram que havia elementos suficientes para confirmar a veracidade das informações apresentadas.

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