Prevenção

Pais devem passar mais protetor solar nos filhos, diz pesquisa

Maioria passa o produto, mas não se preocupa em reaplicá-lo

Sáb, 18/10/14 - 03h00

Com o calor, chega também uma preocupação maior com a exposição ao sol. Uma nova pesquisa da Sociedade Brasileira de Dermatologia Regional São Paulo demonstrou que pais e educadores brasileiros ainda têm dúvidas sobre quando e como proteger as crianças. Dos 823 pais e 157 professores ouvidos, 89% declararam usar protetor solar nas crianças, mas a maioria não reaplica o produto.

“(Deve-se passar filtro solar) toda vez que houver uma exposição mais prolongada da criança ao sol, principalmente em praias, piscina, churrascos, uma excursão da escola”, explica a dermatologista Ana Cláudia de Brito Soares, membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

O filtro deve ser passado cerca de meia hora antes da exposição ao sol e reaplicado a cada duas horas. “Principalmente se a criança estiver em atividade que ela vá se molhar ou suar muito”, diz a médica.

Produto ideal. Segundo Ana Cláudia, os pais e responsáveis devem preferir filtros solares com mais substâncias inorgânicas. “São protetores mais físicos do que químicos, com menos chances de causar uma alergia. É fácil reconhecê-los pela recomendação ‘para crianças’ no rótulo”, afirma.

A artista visual Marina Damasceno, 32, escolhe bem qual produto usar em Lis, sua filha de 3 anos. “Uso nela um (protetor) que é hipoalergênico e sem perfume, para não agredir”, diz. Ela passa o produto até para ir e voltar da escolinha. “Ela é muito branquinha e fica vermelha só de brincar no pátio”, conta.

Mas nem sempre o uso do filtro solar no dia a dia é necessário. “Só em grupos de risco, como crianças albinas, ruivas sardentas e aquelas que se queimam com facilidade”, esclarece a dermatologista. “Se a criança usar filtro solar nas atividades de lazer desde cedo, ela vai ter menos fotoenvelhecimento na vida adulta e vai ter que correr menos atrás depois”, completa.

Recursos. O filtro não é a única forma de proteção contra o sol. “Os pais precisam ensinar os filhos a brincar na sombra, respeitar horário do sol (até 10h30 e após as 16h)”, recomenda Ana Cláudia.

Assim faz a bióloga e doula Inessa França, 40, com os filhos Lívia, 5, e Lucas, 3. “Comprei para eles aquelas blusas com proteção solar. Me orgulho muito de, com 5 anos, minha filha nunca ter ficado vermelha de sol”, diz.

Ela também investiu na educação. “Eu percebo que a Lívia mesmo não fica muito no sol. Se estiver muito quente, ela procura uma sombra”, conta.

Flash

Idade. Protetores solares não devem ser passados em crianças com idade inferior a seis meses. Depois disso, o uso é indicado.

Roupas e guarda-sóis oferecem proteção contra os raios UV

A proteção solar não está só em cremes que vêm dentro de potes e bisnagas. Tecidos elaborados com protetor e até guarda-sóis com fator de proteção são aliados no combate à superexposição ao sol.

Por cerca de R$ 50 é possível comprar online uma camiseta infantil com proteção solar da marca Bollyhoo. Os produtos oferecem FPS 50, e a proteção dura por até 50 lavagens. Marcas como UV Line e Sunthrice têm produtos com proteção que não sai nas lavagens, e uma camiseta infantil custa a partir de R$ 89 no site da primeira e R$ 79 no da segunda. As marcas também oferecem outros produtos, como viseiras, calças e chapéus.

Marcas de produtos esportivos oferecem guarda-sóis e barracas com FPS 50, que oferece 98% de proteção. Em teste do Inmetro realizado em 2010, sete marcas comercializadas no Brasil foram aprovadas: Bel Fix (infantil e adulto), Blue Man, Botafogo, Kim, Mor Casa e Lazer, e Spirit.

---

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo mineiro, profissional e de qualidade. Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar.

Siga O TEMPO no Facebook, no Twitter e no Instagram. Ajude a aumentar a nossa comunidade.