Feminino

Terno ganha nova vida vestindo mulheres; veja fotos

Conjunto de alfaiataria para mulheres reinventa-se em looks que extrapolam o ambiente de trabalho

Por Da Redação
Publicado em 19 de novembro de 2017 | 03:00
 
 
Atriz Giovanna Antonelli optou por calça cigarrete Foto: Estevam Avellar / TV Globo

Quando a alfaiate mineira Bárbara Santiago decidiu fazer um terno para si mesma era o ano de 2009. Estava motivada pelo fascínio que a peça despertou nela, ao trabalhar na área, mas também por um posicionamento social. “O terno evoca uma autonomia profissional, traz para a mulher uma aura de liberdade, de confiança, imprime traços da personalidade, além de ser confortável e elegante”, reflete ela, que continua usando a peça com frequência.

Mas muito tempo passou de lá para cá, e o terno, uma das combinações mais atemporais do closet masculino e que há décadas conquistou as mulheres, reinventou-se novamente e justamente para elas. Ganhou cores, cortes e até combinações diferentes para chegar indispensável a este verão. “O terninho está cada vez mais desconstruído, com modelagens modernas. Clássico, ele vai do trabalho para o happy hour, mudando apenas os acessórios”, ensina a personal stylist Juliana Brasil, fundadora da plataforma My Personal Stylist.

Hoje, há, por exemplo, cortes em linhas retas e modelos sem lapela, para o blazer, ela conta. Já as calças aparecem em modelagem skinny e mais curtas, podendo até mesmo ser substituídas por pantacourt e shorts. “Um forma supercool de usar o terninho, trazendo despojamento para o look e levando a produção para o fim de semana, é combinando-o com tênis ou outros calçados esportivos, como a sandália tratorada”, explica.

Para quem quer adotar a peça nos dias mais quentes, é preciso atenção, ainda, ao tecido: deve-se optar pelos mais leves e escolher cores claras, como off-white, nude e rosa. “A dica é procurar tecidos naturais, como a lã, o algodão e o linho. Ou tecidos mistos, com maior concentração de fios naturais”, afirma o personal stylist Rodrigo Cezário.

O estilista Ricardo Almeida, da marca homônima, tem sido bastante requisitado entre mulheres recentemente. É dele o terninho off-white usado pela cantora Anitta na última semana para cantar o hino nacional durante o Grande Prêmio de Interlagos, de F1, em São Paulo. Giovanna Ewbank e Marina Ruy Barbosa são outras clientes. “Na nossa modelagem, optamos sempre por uma silhueta mais marcante, mais feminina”, comenta. “O mercado estava carente de produtos de qualidade para as mulheres, e o terninho é uma roupa que pode ser usada por mais tempo, tem tecido e acabamento melhores. No verão, o branco impera, mas há outras combinações, como xadrezes. Em 2018, creio que o investimento vai ser grande nas lojas”, reflete Almeida.

A Bobstore é uma das que faz apostas para o próximo ano e as apresentou no Minas Trend, em outubro. “Nessa nossa primeira coleção, prezamos por uma alfaiataria clássica, mas também contemporânea, porque tem sempre um detalhe, um acabamento moderno, como botões de pressão”, explica André Boffano, mineiro que assumiu a coordenação de estilo da marca neste ano, ao lado de Sam Santos.

Ele também reforça que o look não precisa ser pensado apenas para trabalho. “Pode ser usado com um short, com uma camiseta, fica totalmente despojado: mostramos isso no nosso desfile. Se quiser ir para uma festa, aí a aposta é no brilho e na textura. Quem não quer usar vestido longo, bordado, é uma boa pegada”, comenta.

Bárbara é uma dessas. “Para festa, coloco o blazer só com uma lingerie por baixo, é uma ótima opção, porque eu não gosto de vestido”, diz. Como trabalha na área, ela também orienta quem quer adquirir a vestimenta. “Se for uma roupa sob medida, que não é barata, é melhor, claro. Pode-se optar por algo mais neutro, com um corte que não sai tanto de moda, porque vai durar muito tempo, exigindo inclusive ajustes. Aliás, quem compra de pronta-entrega também precisa observar as medidas. A manga do blazer, por exemplo, deve ficar 1 cm acima do ossinho do pulso, se for usar com camisa, ou em cima do ossinho, se a ideia é usar com regata etc. A exceção são esses paletós gigantes, over-size, que eu particularmente não uso. A barra da calça deve estar mais ou menos na altura da metade do pé, nos casos de calça mais clássica”, observa. “Outra coisa que é crucial: passar bem o terno, porque fica com outra cara”, ensina.

Para todas as mulheres

Se o terninho feminino pode circular em diferentes espaços, saindo dos escritórios e ganhando festas e happy hour, está claro que basta saber escolher o modelo certo para fazer bonito.

“Para as mulheres plus size, o terninho com calça flare e com o blazer mais alongado é uma ótima opção. Para as baixinhas, o ideal é evitar as calças mais modernas com o comprimento midi, por exemplo pantacourt ou pescador. O blazer deve ter o comprimento tradicional, que é um pouco acima do quadril. Blazer muito alongado ou blazer muito curto vão achatar essa mulher”, ensina a personal stylist Juliana Brasil.

Para quem tem um quadril largo, a calça flare e o blazer alongado também estão descartados. “Se os quadris são largos, o ideal é ajustar as proporções. Podem-se usar cores mais claras na parte superior, e outra dica é usar o modelo de blazer que tem ombros largos e corte reto”, comenta o também personal stylist Rodrigo Cezário.

As de quadris pequenos, por outro lado, devem apostar nos modelos de blazer acinturados, ele diz. “Eles ajudam a marcar a região e dão proporção aos quadris. Para alongar o corpo, o blazer precisa ter um comprimento maior, passando do quadril. O modelo deve ser usado aberto, para não aumentar ainda mais os seios e não gerar um volume extra”, explica. Juliana também dá dicas para mulheres com ombro, peitoral e busto volumosos: evitar o blazer com ombreiras e lapelas. “Quanto mais clean e de modelagem seca ele for, melhor”, diz.

Para as mulheres que possuem a cintura pouco marcada, a sugestão são blazeres transpassados na cintura. “Ele vai criar a ilusão de uma cintura definida”, diz Juliana.

“Aquela barriguinha que incomoda pode ser disfarçada com um blazer em formato no de A e com o corte reto. Já quem tem o corpo formato triângulo invertido pode apostar em modelos fluidos e desestruturados, isso vai desviar a atenção dos ombros largos”, completa Cézario.

Também nunca é demais lembrar que cada ocasião pede uma combinação. Usar com lingerie, como já fez Marina Ruy Barbosa, ou sem nada, como adora Kim Kardashian, é para ambientes informais. “Para o trabalho, escolha sempre versões mais comportadas do terninho, mesmo que a modelagem seja moderna e atual”, comenta Juliana. “Nesse ambiente, o blazer fica perfeito com regatas e camisas de seda”, completa Cezário.