Entrevista

Parapsiquismo durante a infância é abordado em livro

Lilian Zolet Especialista em parapercepciologia

Ter, 18/08/15 - 03h00
“A criança parapsíquica percebe sensações além dos sentidos básicos” | Foto: Estúdio Fotografe/Divulgação

Crianças que veem amigos imaginários e conversam com eles e que têm aptidões especiais para sentir e experimentar fenômenos extrassensoriais. Esse é o tema do livro “Parapsiquismo na Infância”, de Lilian Zolet, 35, pesquisadora voluntária de conscienciologia, especialista em parapercepciologia.

Como surgiu a ideia do livro?

Ao longo de cinco anos tive a oportunidade de atuar como professora em aulas práticas sobre parapsiquismo com crianças e adolescentes na Associação Internacional do Centro de Altos Estudos da Conscienciologia (Ceaec). Essa atividade auxiliava no esclarecimento prático a pais, jovens e famílias sobre o desenvolvimento do parapsiquismo, os fatores dificultadores e otimizadores. Com o passar do tempo, registrei as principais dúvidas das crianças e dos pais, bem como as atividades mais assertivas para cada fase do desenvolvimento do infante. Esse material e as minhas próprias experiências parapsíquicas e de maternidade serviram de alicerce para a obra.

Você diria que essa faculdade ocorre com certa frequência durante a infância?

Sim. O parapsiquismo é inerente a todos os seres humanos, independentemente da idade e do gênero. Entretanto, nas crianças a habilidade energética e parapsíquica é mais aflorada, pois elas são menos condicionadas aos aspectos culturais e mesológicos. Geralmente é mais perceptível entre os 18 meses e os 12 anos. A criança parapsíquica é capaz de perceber sensações além dos sentidos básicos conhecidos do corpo humano. Por meio do conjunto de chacras existentes no energossoma (corpo das bioenergias), a criança consegue perceber e sentir as energias das pessoas e dos ambientes, nos mesmos moldes dos órgãos de sentidos, porém as informações recebidas são extrassensoriais, ou seja, além da matéria física.

Poderia citar algum exemplo?

Sim: uma criança que relata aos pais possuir um amigo invisível e desenha as características físicas, menciona o apelido. Os pais, perplexos com as informações, mostram o álbum de família, e a criança imediatamente reconhece seu amigo invisível, a foto do bisavô, já falecido antes de ela nascer, sobre o qual não tinha conhecimento. O jovem que realiza leitura energética de pessoas e ambientes, muitas vezes sentindo bem-estar ou mal-estar, devido à qualidade das energias desses locais e pessoas. A criança que consegue escrever rapidamente e abruptamente frases, ideias e textos que vão além do conhecimento pessoal e familiar, relatando perceber auxílio de almas, por meio da psicografia, dentre outros inúmeros fenômenos parapsíquicos.

Depois que crescem, essas pessoas se tornam menos receptivas a essa capacidade?

Devido às questões socioculturais, algumas crianças, quando entram na fase da adolescência, acabam bloqueando sua habilidade energética e parapsíquica. Acabam se moldando à cultura e à educação vigentes, para serem aceitas e acolhidas pelos demais. Porém, se forem novamente estimuladas a perceber as energias das pessoas e dos ambientes, pouco a pouco as percepções extrassensoriais retornam. Há inúmeras crianças parapsíquicas desinformadas quanto às bioenergias, e, ao se depararem com os parafenômenos, muitos pais optam por bloquear essas habilidades por meio de rituais dogmáticos e místicos. Outras crianças procuram relatar as vivências parafenomenológicas para outrem a fim de orientar-se, porém acabam encontrando preconceito. Há ainda aqueles que pelo descontrole energético acabam gerando o poltergeist. Urge transformar essa realidade. O livro tem o propósito de esclarecer tais aspectos evidenciando aos familiares e aos educadores que é possível trabalhar o parapsiquismo de modo saudável e interassistencial.

Qual a melhor forma de lidar com filhos com essas aptidões?

O ideal é sempre desenvolver as habilidades da criança por meio da estimulação, ou seja, fazer experiências junto com ela. Pode-se plantar duas flores em vasos separados, sendo que, em um dos vasos, os pais e o filho vão exteriorizar diariamente as melhores energias para a semente e regar normalmente. No outro vaso, vão apenas regar. Após algumas semanas, os pais e a criança devem observar se há alguma diferença entre os dois vasos. O infante consciente e lúcido quanto às energias e ao parapsiquismo consegue se manter energeticamente equilibrado, pois tende a trabalhar com os chacras de maneira natural, estando mais propenso à eliminação das energias negativas advindas das trocas energéticas entre as pessoas no dia a dia, em casa, na escola, a todo momento. Outro fator importante é que, por meio da ativação energética, os chacras conseguem se revitalizar, melhorando o autodesempenho parapsíquico, resultando no aumento do bem-estar, da motivação e da autoestima, otimizando a aprendizagem cognitiva, emocional e social, refletindo-se diretamente na saúde física e energética da criança. O desenvolvimento parapsíquico desde tenra idade favorece ao jovem o reconhecimento da programação de vida pessoal, prevenindo possíveis desvios e posturas imaturas na fase da puberdade.

Você tem números baseados em alguma pesquisa, que possam elucidar o tema? Há relatos de adultos também?

Durante os cinco anos de atividades como professora de parapercepciologia para crianças, acompanhei mais de uma dezena de infantes e seus familiares. Essas vivências estão registradas no livro “Parapsiquismo na Infância”. Entretanto, centenas de adultos buscam orientação quanto ao parapsiquismo na conscienciologia e relatam que na infância tinham medo de abordar tal assunto com pais ou educadores. Meu livro traz 83 referências bibliográficas e 23 filmes temáticos.

Você pesquisou ou acompanhou algum caso específico?

Sim, pesquisei todos os casos que tive oportunidade de orientar. Tais crianças possuíam desenvolvidas desde a clarividência, a clariaudiência, a psicografia, a psicofonia até o poltergeist. A orientação era realizada tanto com os pais quanto com as crianças. Cabe ressaltar a importância de ter e manter um ambiente familiar equilibrado e estruturado, pois geralmente, quando os pais estão em desarmonia e o ambiente encontra-se com energia gravitante negativa, devido a acontecimentos trágicos anteriores, conflitos, disputas, práticas mediúnicas realizadas na casa, alcoolismo e toxicomania na família, pode predispor a ocorrência de fenômenos parapsíquicos nosográficos, a exemplo do poltergeist e de acidentes de percurso com os familiares.

Há relatos que são recorrentes?

Cada caso é um caso. Porém, o que há de mais comum é a criança relatar que possui um amigo invisível, sonho lúcido ou que visualiza espíritos. Ou ainda perceber as energias do ambiente e das pessoas e não se sentir bem. Geralmente os relatos das crianças são mesclados com imaginação e parapsiquismo. Devido a essa complexidade, os pais devem ter cautela ao interpretar a vivência da criança. A sugestão é, antes de negar ou aceitar o fato como realidade, procurar investigar a veracidade. O ato de questionar, aguçar a curiosidade e o senso crítico da criança favorece que ela naturalmente selecione as ocorrências parapsíquicas mais factíveis à realidade. Assim, fica o convite aos leitores interessados no desenvolvimento do autoparapsiquismo interassistencial lúcido para investigar, refutar e propor novas ideias para as hipóteses aqui abordadas, no sentido de avançar as verdades estabelecidas e de ponta da conscienciologia.

SERVIÇO: O Instituto de Projeciologia e Conscienciologia promove palestras gratuitas sobre esse e outros assuntos. Reuniões aos sábados, das 16h às 18h, na rua Padre Marinho, 455, 7º andar. Informações: (31) 3222-0056 ou pelo site www.iipc.org. A jornalista Ana Elizabeth Diniz escreve neste espaço às terças-feiras. E-mail: anadiniz@terra.com.br

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