Saúde

Período de recesso escolar acende alerta de infecção alimentar

Ter cuidado com a higiene em viagens e restaurantes facilita prevenção

Sáb, 01/07/17 - 03h00
Cuidados. Coloproctologista Hilma Nogueira da Gama alerta sobre infecção alimentar | Foto: DENILTON DIAS - 16.6.2015

Período de férias, a criançada passa mais tempo com a família, o que significa viagens ou chance de comer fora com mais frequência. Mas ter esses programas interrompidos por causa de uma dor de barriga repentina não é legal. Segundo dados do Ministério da Saúde, o Brasil teve, somente em 2014, 209 surtos de contaminação alimentar, que resultaram no adoecimento de 2.950 pessoas. Assim, o sinal de alerta deve sempre estar ligado, principalmente nesses períodos de recesso escolar.

De acordo com a coloproctologista Hilma Nogueira da Gama, coordenadora do serviço de coloproctologia do Hospital Madre Teresa, em Belo Horizonte, as infecções mais comuns no organismo são justamente as alimentares. “Uma das principais razões é a falta de higiene no preparo da comida, aliada ao clima tropical que temos, que facilita o perecimento do que se vai consumir”, afirma.

Ela explica que a maioria das contaminações acontece por causa de vírus, bactérias e parasitas presentes em determinados alimentos. “As (infecções) virais se caracterizam por provocarem virose leve, que dura até três dias. Já as bacterianas têm efeito imediato: assim que se ingere o alimento contaminado, a ida ao banheiro é instantânea. Por fim, os parasitas que causam esse tipo de problema estão presentes principalmente nos frutos do mar, que acabam sendo infectados por toxinas presentes na água salgada”, esclarece.

Todo lado. A especialista afirma que a preocupação, muitas vezes, não deve estar somente naquilo que se ingere na rua, mas também dentro de casa. “É muito comum que as pessoas comam, de forma inadequada, aquilo que sobrou do almoço ou do jantar. O ideal é que o consumo desses alimentos aconteça até dois dias depois do preparo, levando-se em conta que estejam na geladeira, pois estragam muito rapidamente”, aponta Hilma.

O Ministério da Saúde mostra que as residências respondem a 39% dos locais onde acontece a maior parte das contaminações alimentares. Apesar de restaurantes, lanchonetes e padarias estarem em segundo lugar nesse ranking, com 15% dos casos de infecção alimentar, os cuidados precisam ser intensos.

“O principal, nesse sentido, é não sabermos a procedência dos alimentos e como são preparados e armazenados. O conselho, então, é buscar referências desses estabelecimentos na internet, com clientes e, se possível, pedir para visitar a cozinha”, orienta.

Tratamento. Hilma explica que os tratamentos, tanto para casos comuns e leves quanto para os graves, são simples. “Para uma diarreia que dure até três dias, basta hidratação com muito líquido, repouso e alimentação que contemple frutas como maçã e banana e caldos que não estejam muito temperados”, garante.

Já para as situações graves – que duram mais de três dias, provocam febre, náuseas e vômito –, a especialista afirma que é indicado o uso de soro e de antibióticos, com orientação de um médico o quanto antes.


Flash

Online. A médica Hilma Nogueira da Gama é idealizadora do serviço de marcação de consultas urgentes hemorroidurgente.net.

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