Confundido com osteoporose

Conheça os fatores de risco e como diagnosticar o mieloma múltiplo

Entre os sintomas mais comuns estão fortes dores nos ossos e anemia, o que prejudica o tratamento inicial e a potencialização da qualidade de vida

Seg, 23/03/15 - 15h01

O mieloma múltiplo é um tipo raro de câncer de sangue, que atualmente atinge 30 mil pessoas no Brasil e 700 mil no mundo. De acordo com a Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH), apesar de não ter uma causa pré-estabelecida, a doença pode acometer pessoas que fazem parte de um grupo de fatores de risco.

Entre os sintomas mais comuns estão fortes dores nos ossos e anemia, o que prejudica o tratamento inicial e a potencialização da qualidade de vida, pois se assemelha à osteoporose. Para distinguir a doença, é indicada a realização do exame de eletroforese de proteína, responsável por detectar a proteína monoclonal no sangue referente à anomalia.

Além de requerer um diagnóstico complexo, o mieloma múltiplo não tem cura, mas pode ser controlado com o uso, entre outros medicamentos, da lenalidomida, fármaco não aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), cujos efeitos potencializam o tratamento e inibem a progressão da doença, aumentando a sobrevida de três para 10 anos.

O medicamento é utilizado em mais de 80 países, entre eles Estados Unidos e outros 16 na América Latina.

O mieloma múltiplo não apresenta apenas um único fator de risco, mas sim uma combinação de questões genéticas e do ambiente onde a pessoa está inserida. “Ter um fator de risco ou até mesmo uma associação de vários deles não significa que a pessoa vá desenvolver a doença, do mesmo modo que uma pessoa que não tem nenhum fator também pode ter o câncer”, afirma Angelo Maiolino, diretor da ABHH.

Segundo Maiolino, alguns aspectos do perfil do mieloma múltiplo são:

- Idade: a maioria dos casos é diagnosticada a partir dos 60 anos.
- Histórico familiar: os casos com ocorrência familiar são raros.
- Etnia: a anomalia é mais presente entre negros do que em brancos.
- Exposição à radiação: apesar de ter baixo índice de incidência, quem tem contato com radiação ionizante tem maior probabilidade de desenvolver a doença.
- Exposição ocupacional: trabalhar com agricultura, indústrias relacionadas ao petróleo e ter contato com alguns herbicidas aumenta o risco do câncer.

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