Adaptação

‘Drug delivery’ é nova tendência para reduzir gordura localizada

Técnica que injeta fármaco com microagulhas já é usada no tratamento estético de estrias

Qui, 30/11/17 - 02h00
Dermatologista usa o “drug delivery system” em paciente no consultório | Foto: Mariela Guimarães

O nome pode parecer suspeito e curioso – “drug delivery system” – mas não é nenhum tipo de entrega expressa de remédios ou um disque-farmácia. Trata-se de um procedimento estético menos invasivo, feito com microagulhas, que já vem sendo utilizado pelos dermatologistas para tratamentos de pele e capilares, mas que agora tem como alvo a gordura localizada.

De acordo com o dermatologista Abdo Salomão, membro da Academia Americana de Dermatologia, as aplicações do “drug delivery” são feitas por “rollers”, pequenos rolos compostos pelas microagulhas, que criam pequenos canais na pele.

Entenda como funciona o tratamento AQUI.

Em seguida, uma pistola com uma única injeção entra na região subcutânea, liberando ativos farmacológicos.

Áreas como abdômen, coxas, nádegas, braços, pescoço e face são os principais alvos.

No caso do combate ao tecido adiposo, afirma o dermatologista, o fármaco mais utilizado costuma ser o desoxicolato de sódio.

“Quando ele atinge as membranas celulares de adipócitos (células que armazenam gorduras e regulam a temperatura corporal), provoca inflamações desses locais, que vão resultar na quebra das células de gordura”, explica.

Para se ter um resultado positivo, segundo a dermatologista Tathya Taronto, o ideal são de quatro a seis sessões por mês, respeitando um intervalo entre 15 e 20 dias até a nova fase de aplicação.

“Os efeitos já começam nas duas primeiras sessões, mas aquela mudança física vai ser percebida 30 dias depois”, diz Tathya.

A redução, de acordo com ela, pode ser entre 20% e 50%. “Vai depender do perfil de cada paciente e de como ele vai responder ao tratamento”, expõe a dermatologista.

Efeitos colaterais. Por falar em resposta, a contraindicação ao procedimento é bem restrita. “Mulheres grávidas e amamentando devem evitar o procedimento”, orienta.

A médica diz que a técnica provoca um leve desconforto, mas há o uso de anestesia local. Quanto à recuperação, a rapidez é o ponto alto.

“No dia seguinte, o paciente já pode voltar às rotinas diárias. Pode haver inchaço da área, que deve durar até sete dias”, afirma.

Tecnologia. Outra novidade é a digitalização dos dados. Segundo o médico Abdo Salomão, a versão digital do aparelho oferece controle preciso sobre a quantidade de fármacos injetada, local de aplicação e monitoramento de sua ação. “Agora podemos acompanhar o procedimento tendo acessos que antes não eram tão exatos”, declara.

Custo. Segundo os especialistas, o preço de cada sessão varia entre R$ 350 e R$ 500. Mas pode haver desconto progressivo de acordo com o pacote escolhido pelo paciente.

Com medidas menores e mais jovem

A educadora física Adriana Biondini diz que não tem do que reclamar. Ela iniciou o tratamento com a “drug delivery system” em outubro e garante que já vê resultados. “A técnica foi sugestão da minha dermatologista. Eu já havia feito procedimento estético com botox, mas foi a primeira vez com o microagulhamento”, conta.

Adriana teve aplicações na face. Ela afirma que, além do rejuvenescimento da pele nos locais aplicados, percebeu alterações nas medidas. “Vi uma melhora geral depois da primeira sessão. Já fiquei me sentindo mais leve no aspecto físico”, diz.

A educadora física declara que voltará a fazer novas sessões no ano que vem. “Não vejo a hora. Estou muito satisfeita. Tanto que indiquei para amigos e parentes”, garante.

---

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo mineiro, profissional e de qualidade. Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar.

Siga O TEMPO no Facebook, no Twitter e no Instagram. Ajude a aumentar a nossa comunidade.