Proibido

Estudo mostra que gays poderiam salvar 1,8 mil com doações de sangue

Pesquisa realizada nos EUA diz que caso isso fosse permitido, estoque total de sangue teria um aumento anual de 2% a 4%; no Brasil também existe a restrição

Ter, 18/11/14 - 12h47
Homossexuais poderiam salvar vidas com doação de sangue | Foto: Reprodução

Um estudo publicado pela Universidade da Califórnia defende a doação de sangue de homossexuais. O resultado das pesquisas mostra que caso isso fosse permitido no país, o  estoque total de sangue teria um aumento anual de 2% a 4%. Considerando um cálculo da Cruz Vermelha que diz que cada doação pode ajudar a salvar a vida de até três pessoas, o número total de vidas salvas desde a proibição seria de mais de 1,8 milhão de pessoas.

A pesquisa compara a legislação norte-americana com a de outros países, que permitem que homens que fazem sexo com homens (chamados pelos órgãos de saúde de HSM) doem sangue com algumas restrições, como períodos mínimos sem relações sexuais.

Os homossexuais são proibidos de doar sangue nos Estados Unidos desde 1977, quando a Agência Federal de Drogas e Alimentos (FDA) descobriu que a AIDS podia ser transmitida por transfusões sanguíneas.
O objetivo do estudo é pressionar a FDA para que a proibição da doação de sangue por HSH nos Estados Unidos seja reduzida, de acordo com períodos mínimos sem relações.

No Brasil - O Ministério da Saúde diz que é proibida a doação de sangue de homens que tiveram relações sexuais com outros homens nos últimos 12 meses. Assim, a discussão no país é a forma pela qual essa norma é aplicada em diferentes hospitais. O texto diz que os doadores não podem sofrer “manifestações de juízo de valor, preconceito e discriminação por orientação sexual, identidade de gênero, hábitos de vida, atividade profissional, condição socioeconômica, cor ou etnia”, mas casos de homofobia são denunciados em diferentes centros médicos e postos de saúde.

Assim, por enquanto, os doadores brasileiros continuam sujeitos ao questionário feito por captadores e triagistas, processo onde é detectado tal discriminação.

Segundo especialistas, uma alternativa que poderia ajudar seria a  alteração do texto da portaria, que passaria a tratar de sexo anal em geral, em vez de sexo entre homens.

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