Saúde

Estudo vincula uso de cigarros eletrônicos a problemas cardíacos

Taxa de infarto entre os adeptos é 34% mais alta, conclui pesquisa

Por Da Redação
Publicado em 09 de março de 2019 | 03:00
 
 
Recentes. Cigarros eletrônicos chegaram ao mercado na última década; no Brasil, sua venda é proibida desde 2009 Foto: Pixabay

Washington, EUA. As pessoas que usam cigarros eletrônicos têm mais riscos de ter problemas cardíacos que as que não os utilizam, segundo um estudo publicado na quinta-feira nos Estados Unidos. Os pesquisadores analisaram as respostas de quase 100 mil pessoas em 2014, 2016 e 2017.

A taxa de ataques cardíacos entre os que fumam cigarros eletrônicos é 34% mais alta que entre os que não consomem esses produtos, quando excluídos outros fatores de risco, como idade, gênero, índice de massa corporal, nível de colesterol, pressão arterial e uso de tabaco.

Os usuários de cigarros eletrônicos têm 25% mais riscos de ter doenças coronárias e 55% mais chances de sofrer de depressão ou ansiedade, segundo o estudo. “Até agora se sabia pouco sobre eventos cardiovasculares vinculados ao uso do cigarro eletrônico”, apontou Mohinder Vindhyal, professor da Escola de Medicina da Universidade do Kansas e principal autor do estudo.

“Essa informação é sem dúvida um chamado de atenção e deveria promover mais ações e maior conscientização sobre os perigos dos cigarros eletrônicos”, disse. O informe não identifica, porém, uma relação de causa e efeito para essa observação.

Riscos

Os estudos sobre os efeitos de consumir cigarros eletrônicos são relativamente novos, já que esses dispositivos chegaram ao mercado na última década.

Os cigarros eletrônicos não contêm os produtos cancerígenos do tabaco. Porém, além do vício associado ao consumo da nicotina, os especialistas em saúde estão preocupados com os efeitos de se aquecerem cartuchos de nicotina líquida a altas temperaturas.

Esse tipo de estudo é preliminar e não chega a afirmar que consumir cigarros eletrônicos provoca problemas cardíacos nem sugere um mecanismo biológico sobre como isso poderia acontecer. Para chegar a essas conclusões, é necessário realizar investigações de longo prazo.

Recomendação

Um relatório da Convenção Quadro para o Controle do Tabaco da Organização Mundial da Saúde (CQCT/OMS) convida os 181 países participantes a proibir dispositivos eletrônicos para fumar.

No Brasil, esses produtos estão proibidos desde 2009, quando foi publicada a resolução RDC 46/2009, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Flash

Em 2016. Pesquisa brasileira feita em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) revelou a falta de provas de segurança do cigarro eletrônico.