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Quase 80 genes podem estar ligados à depressão, diz estudo

Resultado reforça a linha de que causa da doença está na genética

Qua, 18/04/18 - 03h00

Edimburgo, Escócia. Existem cerca de 80 genes que podem atuar como gatilhos para a depressão. A descoberta é de um estudo feito por cientistas da Universidade de Edimburgo, na Escócia, e publicado no periódico científico “Nature Communications”.

A depressão afeta uma em cada cinco pessoas no Reino Unido a cada ano e é a principal causa de incapacidade em todo o mundo. Alguns eventos – como trauma ou estresse – podem contribuir para seu início, mas ainda não está claro por que algumas pessoas são mais propensas a desenvolver a doença do que outras.

O resultado do estudo reforça a linha de que a origem está na genética. Também pode ajudar os pesquisadores a desenvolver drogas para combater problemas de saúde mental, dizem especialistas.

A pesquisa foi financiada pela Fundação Wellcome, que liberou um fundo com o objetivo de entender melhor a depressão e suas causas. Os pesquisadores analisaram o código genético de 300 mil pessoas para encontrar as partes do DNA que poderiam estar relacionadas à depressão. Em seguida, examinaram as informações coletadas pelo banco de dados genéticos da empresa 23andMe – após permissão dos clientes que forneceram os dados.

Dezenas dos genes analisados são importantes para o funcionamento das sinapses, regiões que conectam os neurônios de forma que possam propagar o impulso neural por todo sistema.

“O estudo identifica os genes que têm potencial para aumentar nosso risco de desenvolver uma depressão, servindo como evidência de que a doença também é um distúrbio genético”, apontou David Howard, pesquisador que coordenou o relatório, em anúncio.

“A depressão é uma condição comum e muitas vezes extrema que afeta milhões de pessoas ao redor do mundo”, afirmou o professor Andrew McIntosh, pesquisador do Centro de Estudos Clínicos da Ciência Cerebral da Universidade de Edimburgo.

 

Expectativas para tratamento

Edimburgo. Andrew McIntosh, pesquisador do Centro de Estudos Clínicos da Ciência Cerebral da Universidade de Edimburgo, diz que a descoberta pode ajudar a compreender melhor as causas da depressão.

O pesquisador David Howard afirma que elas são essenciais para esse entendimento e para que, dessa forma, os cientistas consigam aprimorar o tratamento da depressão.

Flash

Números. Aproximadamente 322 milhões de pessoas no mundo são afetadas pela depressão. No Brasil, são 11,5 milhões, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS).

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