Tecnologia

Um chip que pode mudar a história de três nerds de BH

Pesquisadores mineiros vão testar etapa final de tecnologia implantável no corpo humano

Qui, 14/11/13 - 02h00

Vislumbrando uma novidade que poderia beneficiar pessoas com deficiências por exemplo, e sabendo que o projeto poderia ser aperfeiçoado, os pesquisadores da Área 31 Hackerspace – laboratório comunitário localizado em Belo Horizonte – resolveram apostar na novidade do chip implantável no corpo humano, conforme O TEMPO adiantou com exclusividade ontem.
Antes mesmo da chegada do primeiro dispositivo na capital mineira – que acontecerá daqui a três semanas – os três pesquisadores já se debruçam em estudos para aumentar a segurança do biochip.

“Estamos tentando implementar um esquema de criptografia dos dados que serão armazenados no chip, onde só um computador específico poderá ler a informação. Além disso, cada dispositivo tem um identificador único que não pode ser alterado”, explica um dos fundadores do laboratório, Ewerson Guimarães.

Ele explica que para destrancar portas, fazer login em computadores e ligar veículos sem usar chaves ou senhas, não basta apenas ter o chip. “Para cada objeto que a pessoa quisesse automatizar teria que ser comprado um leitor. Porém, a informação precisar ser levada para outro lugar para ser interpretada e obedecer o comando, o que é feito por uma placa (Arduino, RaspBerry ou Cubieboard) com um programa específico,” afirma Guimãres.

Segundo o pesquisador, no caso das portas, por exemplo, o leitor seria ligado via rede wireless na placa (Raspberry). Já no carro, seria ligada à fiação para obedecer o comando de destravar ou acionar o motor. O custo total do kit com os três aparelhos seria de US$ 200, fora os valores de instalação e automação. (Veja arte acima)

Aproximação. O laboratório que possibilitou a vinda dos primeiros biochips ao país possui apenas três meses de formação, quase nada de investimento inicial, mas muitas novidades na bagagem.

“Somos o primeiro hackerspace do mundo a ter um Scanner 3D. Também desenvolvemos o primeiro Linux (sistema operacional) do Brasil para rodar nas placas (Arduino, Raspberry ou Cubieboard), cuja vantagem é ter um computador do tamanho de um cartão de crédito. São coisas que daqui a pouco todo mundo vai ter em casa”, conta Guimarães.

Segundo o pesquisador, a internet é grande responsável por tirar esses “projetos de garagem”. “O hackespace surgiu e, ainda é para nós, um hobbie. A ideia de tudo o que gente faz é não ter retorno financeiro, mas difundir o conhecimento”, afirma.

Nova sede
Participantes.
A Área 31 Hackerspace conta com quase 50 membros e mais de 100 pessoas cadastradas. Em breve eles abrirão uma sede na Universidade Fumec, em Belo Horizonte.

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