Inclusão

Campus Party abrirá 11 laboratórios de computação em Minas

Projeto já existe na Bahia e tem patrocínio de empresas privadas

Por Da Redação
Publicado em 11 de novembro de 2017 | 03:00
 
 
Laboratório na cidade de Canudos, na Bahia, já funciona, e será referência para os de Minas Gerais Foto: Instituto Campus Party/divulgação

O fascínio dos jovens pela tecnologia está sendo usado pela Campus Party para dar oportunidades de inclusão social no país. Em Minas Gerais, 11 cidades das regiões Norte e Vale do Jequitinhonha serão as primeiras a receber os laboratórios de robótica do projeto encabeçado pelo Instituto Campus Party em parceria com institutos federais de educação, iniciativa privada e poder público.

São quatro meses de curso onde jovens de 7 a 20 anos recebem noções básicas sobre robótica, programação, realidade virtual, realidade aumentada, impressão 3D, modelagem 3D e drones. São cerca de 20 jovens por turma. “É uma mistura de ‘espaço maker’ com laboratório de computação. Depois que o curso acaba, o jovem pode continuar utilizando o laboratório para desenvolver seus projetos”, explica o presidente do Instituto Campus Party, Francesco Farruggia.

A Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sedectes), parceira do projeto, pretende publicar o edital ainda neste ano. “Temos a burocracia interna, e só publicamos o edital quando o recurso está definido. Mas nossa expectativa é que saia ainda em 2017”, afirma o subsecretário de Ciência, Tecnologia e Inovação, Leonardo Dias.

Farruggia defende que os instrutores sejam da região e os laboratórios, abraçados pela comunidade. “As pessoas podem perguntar por que um espaço próprio, se poderíamos oferecer o laboratório dentro dos institutos federais. Mas isso é um pensamento da ‘casa grande’. Não é a comunidade que tem que ir às instituições de ensino, elas é que devem chegar à comunidade. Oferecemos um espaço convidativo, com ar-condicionado e tecnologia de ponta. Quem cuida desse espaço é a própria comunidade, conversamos com as associações de bairro”, afirma Farruggia.

Ele explica que para participar do laboratório é feita uma seleção – os principais critérios são sociais e o interesse. “É para a garotada que não tem oportunidade. Tem que ser morador da comunidade. Também avaliamos o gênero – queremos 50% meninas e 50% meninos –, a questão racial, e se participa de programas sociais como Bolsa Família. Depois os instrutores fazem uma entrevista para selecionar aqueles que realmente mostram interesse”, conta.

Parceria. A internet de alta velocidade e os computadores dos laboratórios serão oferecidos pela Use Telecom, mesma empresa provedora oficial de internet, tecnologia e segurança digital da edição mineira da Campus Party, que aconteceu no Expominas, em Belo Horizonte, no início de novembro. “Essa é a parte social da empresa. Queremos levar inclusão digital e social para os jovens brasileiros, construir oportunidades”, afirma o CEO da Use Telecom, André Costa.

O Grupo Tascom, que inclui as startups Data Center Tascom e Use Telecom, tem seis anos de vida e fatura cerca de R$ 30 milhões por ano, segundo Costa.

Ideia é atingir 4.500 jovens já em 2018

O primeiro laboratório de robótica do Instituto Campus Party começou a funcionar em outubro deste ano em Canudos, sertão da Bahia. “Inauguramos na celebração de 120 anos da revolta de Canudos”, diz o presidente da Campus Party, Francesco Farruggia. Só na Bahia já são seis sendo implementados.

“Em Candeias, região metropolitana de Salvador, uma indústria química abraçou o laboratório e patrocina 100% dos recursos”, conta. Farruggia acredita que até o fim de 2019 já serão 5.000 laboratórios no país. “Só com os que já estão fechados, vamos impactar 4.500 jovens até o fim de 2018”, afirma.

A ideia dos laboratórios surgiu de um levantamento realizado com cerca de 7.000 jovens que visitaram a parte aberta da Campus Party de São Paulo. “A pesquisa mostrou que 83% desses meninos e meninas achavam a Campus Party muito legal, mas diziam: ‘Iisso não é para nós’. Esses jovens renunciam de suas possibilidades por falta de oportunidade. Os laboratórios servem para resgatá-los”, afirma.

Onde vai ter. Os municípios que receberão os laboratórios do Instituto Campus Party em Minas Gerais são: Almenara, Araçuaí, Arinos, Diamantina, Janaúba, Januária, Montes Claros, Pirapora, Porteirinha, Salinas e Teófilo Otoni. O edital para sua instalação deve ser publicado pelo Estado ainda neste ano.

FOTO: Instituto Campus Party/divulgação
Impressão 3D está entre os conhecimentos oferecidos aos jovens